O inverno vai passar...
Estou aqui me debulhando em lágrimas. Meio de requenguela assisti ao programa sobre os 18 anos da morte do cantor e compositor sertanejo Leandro. Ele, assim como minha mãe, foi vítima de câncer.
Por
isso está sendo difícil não me emocionar com o sentimento das pessoas que
estiveram em volta da luta do artista. Aliás, quando um ente querido está
doente, a batalha é de todos. Amigos, médicos e familiares.
Fazendo
uma retrospectiva breve, lembro bem que depois do diagnóstico de câncer na
minha mãe, já na saída do consultório, eu só pensava em tratamento. Em tentar todas
as opções, buscar apoio médico especializado - o melhor para ela. No
contraponto, sob o olhar e experiência de quem acompanhou a passagem de uma tia e da vó com a mesma doença, a mãe já estipulava até onde queria ir. E eu querendo ultrapassar
barreiras.
Foram
pouco mais de três anos de persistência. De muita força, incentivo,
quimioterapia, radioterapia, exames, alimentação alternativa, de reza,
benzedura, crenças e fé.
No
primeiro ano do tratamento, chorei de felicidade após o final do ciclo inicial de
sessões de quimioterapia. As células ruins haviam regredido em mais de 50%. E
uma luz tomou conta da minha caixa torácica, eliminando a penumbra dentro do meu peito. Nesse
instante a flor da esperança desabrochou, criou viço e começou a emanar
perfume. Em mim e nela.
Eu só pensava em comemorar. E como uma boa guria gorda, gulosa, tinha que ser com comida.
Eu só pensava em comemorar. E como uma boa guria gorda, gulosa, tinha que ser com comida.
A princípio pensei
que fosse ser assim por uns 10 anos. Sim. A virginiana aqui se deixou levar
pelo que - desde o inicio - era para ser apenas um paliativo. Agora, como
cantava a dupla de irmãos, “tenho que aceitar que amores vêm e vão, mesmo sem
aprender a dizer adeus”... E que “se o adeus me machuca, o inverno vai passar e
apaga a cicatriz.”
Comentários
Nesses três anos estivemos juntas na fé e também em muitos outros momentos.
Almoços de natal e aniversários regados a cerveja, praia, um simples bate papo, uma visita rápida e algumas mais demoradas.
Enquanto tu me corria a Dona Odete sempre dizia: "Jana, volta quando quiser, a casa é tua".....
Voltei muitas vezes e em todas sempre me senti em casa.... Saudades desses bons momentos onde eu virava literalmente a palhaça entre as visitas e tua mãe ria da minha cara e sorria com minhas loucuras
Vocês moram no meu coração.
Sobre teu comentário lindo, esse sim está bem colocado, tenho a dizer-lhe que tua companhia e amizade são uma dupla perfeita. Meu coração agradece. Tenho só um complemento a fazer: minha mãe era uma lady, sempre educada com as pessoas, até com aquelas que não queria que voltasse (entendeu ou quer que desenhe?). :D :D :D
Amo tu cara de tatu!