Não sei lidar com a vida adulta

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Tio Frank. Um filme filme lindo sobre os medos e a vida de um homem gay.

A história acontece na Carolina do Sul (e Nova York), na década de 70. 

Na sinopse, ele estava classificado como comédia. Estranho rotular os dramas da vida de uma pessoa como algo engraçado. Certamente é reflexo de uma sociedade machista, sexista, homofóbica.

Uma trama forte e delicada. Daquelas que se chora do início ao fim, como podem perceber no autorretrato. 

Fiquei muito afetada. Talvez por que estivesse procurando uma comédia pastelão e me deparei com um dramalhão de primeira.


Há dias quero só amenizar as ideias, anestesiar sentidos, iludir os pensamentos. Fugir da realidade mesmo. Final de ano vem tantas emoções à tona... Não sei lidar com a vida adulta até hoje. Parei no tempo.

É saudade batendo na porta.

É ausência se fazendo presente.

É amor desperdiçado da gente.

É tanta gente sem gente nesse mundo, vivendo uma pandemia sem fim, quase sem esperança. A boia existe, mas a maré não está a nosso favor. 

Lembro das dores do mundo e fica difícil não comparar com as lutas pessoais. É até bom fazer isso. Sinto empatia e minhas mazelas viram pó, por algum tempo. 

Esses dias lembrei de anos atrás, quando tinha medo de estar feliz. Não me sentia digna de tanta alegria e bem estar. Principalmente quando ao meu lado, na minha família, havia tanta dor, tristeza e desamparo. Foram tempos tão sombrios aqueles... E era só o início. O estopim. Uma passagem, não: o prólogo. 

Hoje eu procuro o ponto final de cada capítulo. Fico buscando encerrar ciclos. Finalizar histórias. Mas nem tudo depende de mim. Aliás, o que é só da minha conta já é difícil de encarar; quando preciso compartilhar, então, abro o saco de Jó e rezo.

Já devo ter falado para vocês em algum post, há anos, que quando penso em rezar (e o faço), é por que a cena é de cinema. Dantesca. Desesperadora.

Falando em rezar, "vou ali e já volto".

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