O Mundo na Rio + 20


Sim. Vou lançar mais uma frase bairrista, bem ao estilo gaúcho. Digam, façam, plantem, implantem... Mas a rua mais bonita do mundo fica na capital do Rio Grande do Sul. A rua Gonçalo de Carvalho é bem assim mesmo: todinha arborizada do início ao fim, formando um túnel verde. Emanando um ar fresco e aromático, proporcionando uma sombra de paraíso.

Enquanto em 99% de áreas urbanas, o concreto cresce feito iço entre a resistente vegetação das cidades, aqui, a laje e o asfalto abre espaço para o iço de verdade crescer livre. Não é a toa que Porto Alegre é uma das cidades mais arborizadas do mundo por habitante. Se não a primeira. Somos 1,5 milhão de habitantes e o número, somente, de árvores já passou disso. A estimativa é que exista “um pé de que” e meio para cada um de nós.

E elas não estão espalhadas apenas em praças e parques não. Que também são centenas. Mais de 300 espaços arborizados para lazer e a prática de esportes. Mas isso é só uma partícula do que a natureza nos oferece por aqui, que, de uma hora pra outra podem começar deixar de desenvolver, para reverter o processo – e minguar.

O crescimento urbano e demográfico é desleal em Porto Alegre. E vocês sabem, quanto mais gente, mais empreendimentos imobiliários, menos áreas de lazer e desporto, mais consumo de energias, de água potável, mais produção de lixo e esgoto. É tudo mais e menos, que somados, significa a degradação do meio ambiente.

Vejo isso com muita tristeza. E cobiça. Quem não quer viver bem, numa casa linda e contemporânea, cheia de tecnologia... Quem tem renda baixa, não pode se dar ao luxo de pensar em sistema de captação de energia solar, na construção do seu casebre. Logo quem mais consome... E quem quer uma casa ecológica, também não.

Não sou uma ambientalista. Tampouco uma naturalista, uma vegana. Minha carreira ou contribuição ecológica no jornalismo durou pouco. Mas o aprendizado ficou. O suficiente para entender que a luta ambientalista, pelo desenvolvimento sustentável é um caminho árduo e a longo prazo. Porém, não tão longo assim, como está marcando agora esse evento. Vinte anos...

Eu tinha 17 anos em 1992. E tudo era muito novo a respeito da preservação dos ambientes, mas havia essa certeza de que é preciso mudar. Dez anos depois, as nações estavam lá, em sua maioria. Fazendo novas promessas, medindo, comparando mudanças, somando pequenas vitórias. Porém, os resultados necessários não vieram. EUA, China e a Rússia, os mais poluentes de todo o Mundo, não se entendem.

Esperanças desfeitas, outras renovadas em carta aberta na Rio + 10. Novo abalo com o Tratado de Kyoto e estamos aqui novamente. Não sei mais o que pensar. Não sei mais no que vai dar com a Rio + 20. No entanto, concordo com um jovem estudante carioca. Para ele, a primeira experiência serviu de exemplo, e, agora, a segunda é de acertos. Ele tem fé... Fé que só poderá ser quebrada – e ele não quer – com a possível edição da Rio + 40. Pois então, será o sinal de que persistimos no erro.


Comentários

Obrigada Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho. Também gostei muito do espaço de vocês e da proposta do blog. Abs!

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