Falando de amor

O Cor de Rosa existe há menos de cinco anos, mas parece uma eternidade para mim. Há metade desse tempo ele perdeu seu caráter literário e poético em sua totalidade para falar de amor. De amor entendido, desentendido, sentido, vivido, carnal, emocional e suas contradições. É o meu estado de espírito, que variavelmente tem se modificado. Horas raivoso e rancoroso, ora carinhoso e dengoso.
Tenho percebido, no entanto, que nos últimos tempos a tendência é por este último. Entre reclamações da vida, fatos, acontecimentos, risos, encontros, dificuldades e vitórias, sempre há um texto ou uma canção de amor. Com certeza deve ser porque sou uma mulher que ama. E vos digo, com intensidade. Eu amo meus amigos, minha família e o primeiro homem que despertou essa capacidade e mim com a mesma força, embora as diferenças do sentimento.
É da mesma forma que também me magôo, me arrependo, cedo, resisto, arrisco; com todos eles. Mas na verdade, depois, não me importo, porque continuo amando incondicionalmente as mesmas pessoas, todos os dias. Às vezes me defendo, colocando algumas delas na geladeira, mas quando meu coração vai saciar sua fome, acaba aquecendo o foco de meu sentimento de novo e fica tudo bem. Porque amar é capacidade de perdoar e respeitar as diferenças, os espaços, as limitações, mesmo que sendo incompreendida ou desentendida. É assim que o meu músculo comanda no meu peito.
E sou feliz desse jeito. Nunca consegui explicar porque gostar de alguém que nunca gostou de mim, que nunca falou comigo mais do que dois minutos consecutivos, que nunca me estendeu a mão ou deu bom dia. E ainda manter esse amor platônico. Não dá para explicar sentimentos sem ser mentiroso. Então, deixei de tentar e também de responder a amigos que não compreendiam. Eu via os defeitos, criticava até – ou não -, mas o que me importava eram os valores e as qualidades. Pronto!
Essa semana pensei demais na Fernanda. Minha amiga querida e meiga. A conheci no meu primeiro emprego como assessora de imprensa depois de formada. Ela fazia estágio de Publicidade e Propaganda e a empatia foi instantânea. Por quê? Não sei... Quando vim para Videira, a Fefa fazia freqüentemente a ponte aérea Porto Alegre – São Paulo. O amor da vida dela – e agora maridão – havia transferido a empresa para lá e a guria não se fez de rogada. Seis meses depois pegou a mala e a cuia e foi para a terra da garoa, se aprimorar e viver seu amor.
Ontem, quando abro o Hotmail para fazer a limpeza na caixa de entrada, tem um contato dela. Depois de uma tentativa frustrada de encontro praiano em Tramandaí, no verão de 2007, um novo contato. Eu, que já havia pensado em escrever-lhe, prontamente respondi a mensagem. E ela, também tão Cortez, me destinou boas notícias: está de volta a Porto Alegre, feliz, casa com o Marcelo, pós-graduada, com currículo recheado e trampo em vista. Fiquei tão feliz que nem coube em mim e logo pensei num encontro, já proposto por ela e extensivo a Clarissa, outra amiga meiga a quem eu amo de paixão e que conheci no mesmo ambiente de trabalho.
De repente, ao terminar de ler o email da guria, já com lágrimas de felicidade eu disse: Elaine, por quê tu gosta tanto da Fefa? E sorri, como quem responde, o que importa mesmo?

Segredos – Frejat

Este video clipe foi vencedor do VMB - Melhor clipe POP 2002 e do Prêmio Multishow 2003, além de ter sido indicado ao Grammy Latino de Melhor Clipe 2003. Confira, porque é lindo demais!