Ponto de Luz

     Há tempos procurava uma joia para por no nariz. Entrava e saia de joalherias atrás de um piercing que me agradasse. E nada! Nas lojas de tattoos muito menos.
     Já se passaram mais de dois anos desde que ganhei de presente meu primeiro acessório aplicado. Meu tatuador favorito, e tenho vários traços diferentes no meu corpo, que há anos mora em Curitiba, fez essa gentileza quando nos encontramos para matar a saudade. Adair e Rô, casal que descobriu o amor e apostou numa relação, então proibida, agora vivem bem e felizes. Ser testemunha e uma incentivadora torta dessa relação me faz querer vê-los quando tenho a oportunidade.
     Com o tempo, a pedra lilás do piercing que ganhei do Adair, escureceu. Parecia que nada havia ali. O que era para ser um Ponto de Luz, como chamam o tipo de brinco que gosto, estava mais parecendo um buraco negro. Precisava trocar.
     De repente, na galeria onde tirei “chapas” da minha arcada dentária, surgiu uma loja de tattoos e piercings. Uma coleção de brincos, de diversos modelos, figurava na vitrine. Entrei, perguntei e ali estava meu Ponto de Luz em ouro com zircônia. Lindo!
     Mas, não poderia ser diferente. Meu piercing não entra e sai, facilmente. De narina gorda, de cartilagem grossa, quase precisei de novo furo. Quase. Se soubesse que o questionamento dela se referia a dor, agulha e cateter teria ficado com o buraco negro. #sóquenão

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