Ponto final


Pensei que fosse ficar imune, mas não. A semana começou com uma notícia triste. Então, imagino que será uma semana delicada para mim. Melodramática. Emocionalmente delicada.

Amanhã, dia 17, completam dois anos da partida do meu Paiaço. E a falta que sinto dele ainda não amainou. E talvez nem aconteça. Porém, estava me enganando bem e a terça é um dia cheio para mim. Perfeito para a passagem dessa data.

Mas hoje ao meio dia tomei conhecimento de algo tão triste... O companheiro de uma amiga também não está mais com ela. Um homem de 39 anos, aparentemente saudável, enfartou ao volante, depois de uma noite alegre e festiva com os amigos e ao lado dela. Depois de uma noite de declarações de amor.

Ah, o que dizer nesses momentos quando a gente só sabe fazer uma pergunta: Por quê meu Pai? Depois vem uma sensação de incapacidade infinita, de impotência mesmo, uma tristeza profunda, uma dor avassaladora que rompe nosso peito e acaba no estômago. Em seguida, as lágrimas param, pois os olhos estão secos e chega um vazio. Uma frieza prática toma conta nas primeiras 72 horas. Às vezes acompanhado de uma culpa infundada, pois a gente sempre pensa que poderia ter feito mais. Mas não.

Consegui dizer-lhe para não se culpar e que fez o que tinha que ser feito. E fiquei feliz ao ouvi-la dizer que Sim. Tinham sido quatro lindos anos. Felizes. De amor verdadeiro e realizador. De trabalho mútuo, respeito, de família. De entrega com o peito livre um para o outro. Então, deduzi e ela confirmou, eles fizeram o que tinha que ser feito mesmo. E ponto final.

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