Do banco de trás





Alice Inês Urbim no Encontros Com o Professor, no StudioClio

“Eu gosto de ver a cidade do banco de trás”, disse Alice Inês Urbim em entrevista ao Ruy Carlos Ostermann na quinta-feira [2/09]. Eu também... Descobri que eu e a jornalista multimídia temos algumas coisas em comum. Uma delas foi saber que não temos o gosto por dirigir. Cada uma, claro, por seus motivos e os delas foram divertidíssimos e também parecidos. Mas vou especificar, talvez, mais as diferenças desse paralelo.

Na juventude espalhava para os meus amigos que ficaria realizada quando pudesse pagar táxi sempre que quisesse sair de casa. Faça chuva ou faça sol. Mas aprendi a dirigir por que percebi que em algum momento seria necessário para a família.

A primeira tentativa foi quando completei 18 anos. Meu pai me deu dinheiro para as aulas e as taxas do Departamento de Trânsito. Na época [há quase exatos 18 anos] eu era uma adolescente boêmia e tudo que dinheiro que caia em minhas mãos virava cerveja e, claro, corridas de táxi. Inclusive a minha carteira de habilitação. Foram 30 noites de pura fúria e folia pela cidade – bem no verão.

Por alguns vários anos fiquei sendo cobrada por isso. Até que - cansada de ver o carro na garagem enquanto carregava bolsas, livros, guarda chuva e coisa e tal pela cidade, balançando meu corpo de ônibus em ônibus - decidi aprender a dirigir. Mas, nem pensar em pedir pro papai e em 2002 eu custeei minha habilitação e as aulas de direção.

Sentia-me então livre. Livre dos atrasos dos ônibus; das bolsas grandes com objetos, acessórios e vestuário para as 24 horas do dia; das longas distâncias transcorridas em transportes públicos; das recusas a convites bacanas; do suor do atraso... Livre! Passei do banco de trás do carro para o da frente, de carona para caroneira e perdi muitos detalhes da cidade. Lances bacanas, flagras, guris bonitos, gurias bregas, mas estava livre.

O problema é que o doce sabor de ser senhora do seu destino teve fim rápido. Crise na economia familiar e voltei a andar de ônibus, de trem, de lotação e de táxi. Alice Urbim, que não sabe dirigir [nunca quis], não tem carro e só anda de vermelhinho, não acredita que carro é sinônimo de poder. Concordo com ela. Mas eu não quero poder. Só liberdade de ir e vir confortavelmente e em qualquer momento. Por isso que a meta de 2011 já está traçada: carro já!







Canja musical com o instrumentista, compositor, produtor e escritor Duca Leindecker

FOTOS: DO SITE ENCONTROS COM O PROFESSOR



O Amanhã Colorido




Olha a luz que brilha de manhã
Saiba quanto tempo estive aqui
Esperando pra te ver sorrir
Pra poder seguir

Lembre que hoje vai ter pôr do Sol
Esqueça o que falei sobre sair
Corra muito além da escuridão
E corra, corra!

Não desista de quem desistiu
Do amor que move tudo aqui
Jogue bola, cante uma canção
Aperte a minha mão

Quebre o pé, descubra um ideal
Saiba que é preciso amar você
Não esqueça que estarei aqui
E corra, corra!

Azul, vermelho
Pelo espelho
A vida vai passar
E o tempo está no pensamento

Olha a luz que brilha de manhã
Saiba quanto tempo estive aqui
Esperando pra te ver sorrir
Pra poder seguir

Lembre que hoje vai ter pôr do Sol
Esqueça o que falei sobre sair
Corra muito além da escuridão
E corra, corra!

Azul, vermelho
Pelo espelho
A vida vai passar
E o tempo está no pensamento


Girassóis
Duca Leindecker
Projeto Pouca Vogal

Comentários

Lê Fernands disse…
Gosto de dirigir, mas não faço a menor questão de ter carro. Aqui no Rio, não! rs

Necessidade mesmo!
Bjs meus
Nem eu... Hehehe. Minha irmã mora na Zona Oeste e fico nervosinha só de cruzar a Avenida Brasil no banco de trás do táxi. Quem diria no banco do motora... Hehehe. Beijo queridona e boa semana.

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