Assim assado

"... tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"



Estou escrevendo cartas de amor [e de ódio]. Mas hoje foi diferente. Não escrevi nada. E mesmo que assim tivesse feito, nada chegaria aos pés de sentimentos fortes ou do digníssimo Eça de Queiroz. Apenas acordei assim, amorosamente excessiva. E comi um bolo de chocolate ao final da tarde.

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