Final de semana na Terra do Nunca


Estamos já no final da noite de sexta feira e no início de um final de semana estendido com o feriado de finados. Estranho ter um feriado para louvar os mortos. Mais estranho ainda é que as pessoas façam movimentos, investimentos e tenham cuidados com eles apenas uma vez ao ano. Não entendo isso. Aliás, não entendo muitas outras coisas também, mas isso é estranho. Quem amamos e morre, merece apenas um dia do ano nas nossas vidas... E, às vezes, nem isso. Estranho!

Aliás, esse post deveria ter esse nome hoje. Estranha. É assim que me sinto desde que acordei. Hoje mais do que ontem e assim por diante. Senti coisas estranhas, desejos e vontades ainda mais. Chorei num filme de animação no cinema no início da noite. Falei sério brincando com o chefe, mas ele se fez de desentendido. Almocei às 14h30 na praça de alimentação do shopping, vazia, e achei estranho, mesmo que isso, nesse horário, seja bem comum aqui no centro comercial da Terra do Nunca.

Tudo muito estranho mesmo. No meio da tarde passei em frente a vitrine de uma loja de decorações bem meiga e que acho linda e vi enfeites de Natal. Foi na mesma vitrine, há dois anos, que vi uma árvore natalina cujos penduricalhos eram sapos. Estranho, mas amei na época. Na saída do cinema, outra loja de artigos Cama, Mesa e banho, tinha almofadas e tapetes muito lindos com motivos natalinos.

E se alguém perdeu alguns capítulos, sim, agora eu gosto de Natal, pois quem já teve alguém que ama a beira da morta, faz do simples abrir de olhos, uma festa cotidiana. Um escarcéu. Uma Festa de Natal! São nesses momentos que fico babando na vidraça, tipo criança de rua com fome, querendo trazer pra casa cada enfeite daqueles. Desejo estranhamente fora de época, mesmo que as lojas já estejam abarrotadas deles, desde o Dia das Crianças.

Mas, o mais estranho de tudo isso é que setembro terminou, outubro também está na finaleira, faltam dois meses cheios para o réveillon e já estou em crise. Comigo é assim: crise pré-aniversário e crise pré ano novo. O estranho este ano é que mal sai de uma e já cai em outra. Dessa vez, meus pés coçam, o pensamento voa e o desejo arde por mudanças. Geográficas!

Plagiando a jornalista Maria Coutinho Beltrão: “Eu calço 40 e meus pés vão para caminhos incontroláveis”. Estranho, mas sinto os pés coçando e prontos pra isso.
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