Vai lá Odete!

Os pais, em setembro de 2008


Eram aproximadamente 8h30 desse 7 de setembro quando abri os olhos para os 35 anos. Estava eu, então, com um cansaço no corpo, ainda consequência da viagem de quase 500 quilômetros, que em 12 horas teria que refazer. Pensando nisso tentei sair da cama para aproveitar o dia com a família e os amigos, mas os tradicionais "5 minutos" foram necessários.

Da sala vinha uma conversa entre duas pessoas. Não precisei forçar a mente e os ouvidos para identificar as vozes. Embora o tom do diálogo fosse tranquilo, senti a urgência e a importância do assunto.

- Odete, vai lá no mercado e traz uma espumante -, disse meu pai, pensando em me agradar ainda mais, principalmente naquele dia em que completava mais um ano de vida.

- Espumante? Não precisa. Vou fazer uma caipira agora e tem cerveja.

Senti a veia econômica da minha mãe pulsar mais forte nesse momento. Fazia tempo que ela não se manisfetava na minha presença: cerca de 20 horas, lá mesmo, entre as prateleiras do Mercado Scartezzini. Ela fiscalizava tudo que entrava dentro do carrinho de compras, ao qual empurrava para mim sem nem ao menos pedir ou precisar.

- Vai lá Odete! A guria gosta de espumante. É pra ela fazer o brinde.

Nisso, ouvi a voz da minha tia, que convoquei já no sábado, assim que pus os pés na cidade, para fazer meu bolo de aniversário, que, obviamente, já queria ter começado a comer no café da manhã. Porém, fui barrada só em manifestar o desejo verbalmente. Até então pensava que aniversário fosse o dia em que pudéssemos realizar todos os nossos desejos e vontades. Mas não é bem assim...

- Compra uma Sidra. É baratinho e bem docinho. Mas a boa é aquela da maça no rótulo -, foi a alternativa sugerida pela Ica. Tava valendo pra mim.

- Não precisa. Vou por a cerveja a gelar agora e ela que tome caipira e cerveja. Espumante tá cara e ela já gastou bastante no mercado ontem.

Silêncio... Mediante esse argumento, irmã e marido se calaram. Hora de levantar. Como se não houvesse escutado nada, fui para sala para o primeiro café da manhã da nova idade. Após os bons dias e felicitações, sentei-me a mesa.

- Elaine, não trouxe nenhuma Moscatel de Videira? Perguntou minha tia. Olhei, esbocei um sorriso e disse, numa vingança verbal que só eu entenderia, mas, mesmo assim disse:

- Não! Trouxe a mala cheia de graspa desta vez.




Eu e minha irmã, nos 34 anos, tomando espumante Niágara que havia levado

Comentários

jana disse…
he he he
bah negona, tua moral tá baixa.
ceva e caipa
nem a sidra da gira compraram para vc
kkkkkk
jana disse…
ah! pode falar o quiser sobre a minha pessoa no teu blog.
depois aguenta

e não diz que eu não avisei
he he he he
RosanaK disse…
Não era o preço não...é que tua mãe sabe a pinguça que vc é!!!! hehehehehehe
Ju disse…
AUHaiuhAIUAH
Adorei..
Daria uma ótima crônica
=***
Sexo Verbal disse…
kkkk...Nem sidra de Bombo-Gira! kkkkkk...essa foi foda!

Beijos!

Sexo Verbal

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