A praça é de todos! Viram?

No último final de semana retomei um hábito que adorava ter: ler em praças. Quem tem acesso a parques e praças arborizadas sabe o quanto é gostoso ficar lá, lagarteando ao sol, e concentrada na leitura. Em Porto Alegre, o Parcão ou a Redenção são os preferidos dos gaúchos.

Aqui em Videira eu trouxe o costume comigo. No inicio eu freqüentava a Praça Nereu Ramos e ficava entretida na leitura até que fortes olhares, uns curiosos, outros recriminadores, me faziam interromper a leitura para ver o que estava acontecendo em volta. Eram os nativos que não deviam estar acostumados com uma pessoa lendo e tomando chimas ao ar livre.

Isso, porém, não me desmotivou. Pelo contrário, me instigou na provocação. Li dois livros na Praça Nereu Ramos, até que um público específico começou a ter interesse na minha pessoa, de forma mais agressiva. Cada vez que chegava perto do meu banco preferido (sim, eu tinha um banco que adotei como o ideal), logo, logo, chegavam outras pessoas para dividi-lo comigo. Os velhinhos vinham me cantar, descaradamente. Acho até que faziam aposta entre eles para ver que me levava como prêmio. O fim da picada!

Se há uma coisa que odeio é velho babão. Odeio! Parei de ler na praça e passei a ler em qualquer lugar que tivesse que esperar para ser atendida. Mas isso não era o ideal, pois a leitura deixava de ser prazerosa. Então, esse sábado (18) eu fui até a Praça da Igreja Matriz, lugar que ia muito quando trabalhava no Jornal A Coluna. Aqueles bancos já testemunharam muito riso meu, quando decidia ler após o almoço. E também já enxugaram muitas lágrimas minhas, quando decidia derramar meu pranto longe de todos e num lugar calmo.

Só que, quando cheguei lá para terminar com as últimas 90 páginas de Marley & Eu, os dois únicos bancos de madeiras haviam sido substituídos por bancos de pedras, que estavam ocupados. Ao redor, skatistas se divertiam praticando seu esporte preferido. Como queria algo mais reservado, calmo, fui para a Praça do Coreto do Museu do Vinho. Lá, achei um banco de madeira, a sombra. Foi lá que me dediquei a leitura, que não pude concluir porque conhecidos vinham conversar comigo. O que também adoro.

No domingo, depois do almoço, voltei para a Praça do Coreto. Chegando lá espantei alguns adeptos alguns jovens, que talvez quisessem fumar “um cigarrinho do capeta”, não sei ao certo. E me aproveitei da partida deles e tomei-lhes o lugar. Pronto! Estava eu ao sol de outono, lagarteando, tomando chimarrão e lendo! Ali eu ri e chorei, mas chorei, com a história final do convívio de John Grogan e seu cão. O único problema é que aquele ponto já tem um público cativo. Aos sábados a tarde, o povo do narguilè assume o posto e aos domingos, os casais de namorados é que comandam a tarde na praça.

Que chato... Só porque tenho orgasmos múltiplos com a leitura não quer dizer que não posso ficar ali, no banco dos amantes. Só naquele período, três casais apareceram para se amassar no banco que ocupava e ao me verem davam meia volta muito frustrados. Um deles tinha até um litrão de Coca-cola junto. Acho que o amor dá sede... Um quarto casal não se intimidou. Viu que tinha um arbusto entre eu e outro banco, e decidiu namorar ali mesmo. Não se importaram de dividir o espaço comigo. Já os outros...

Comentários

RosanaK disse…
Hihihihihi...
Confessa aí que vc marcou encontrou com um dos velhinhos na outra praça, só porque nessa praça é onde vão os casais e vc ficou frustrada porque o velhinho te deu os canos e morreu de inveja dos casaizinhos que por ali passavam...
RosanaK disse…
Ah, esqueci de comentar que adorei a menininha do tic-tac aí do lado...vou colocar uma pra mim tb....hehehehehe!!!!

E esse livro de capa preta aí era pra ter ido pra doação pra biblioteca da city tá...fui eu quem doou!!!! KKKKKKKKKKKK
Mas td bem, te libero pra ler pra ver se vc aprende mais alguma sacanagem pra praticar no dia-a-dia...

hehehehehehe
jana disse…
he he he
e por falar em praça estive na redenção no feriado para tomar um sol depois de ter passado na igreja e ter conversado com santo antônio a teu respeito. ha ha ha
hj estava de folga e arrastei o pp para ver o divâ. que vida boa essa!
he he he
Jana, tu parece aquela música do Vítor e Léo, VIDA BOA? tu é a rã (sapo) da lagoa. hehehehe.

Rou, eu sei que é pra doação, mas a Polly vai doar. Só vou dar uma lidinha para ver ser aprendo algo. Hehehehe. Aliás, vou começar hj a leitura. N vou levá-lo pra praça pq ficarei irresistível aos olhos tórpidos e com catarata dos velhinhos. hehehehe.
Elaine Gaspareto disse…
Olá!
Humm, ler na praça...Delícia!
Sabe em que praça eu gostava de ler na adolescência? Na pracinha do cemitério...Living la vida loka! De alma viva, só eu...Outros tempos...Hoje virou ponto de drogas.
Beijos.

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