Mar de gente (2)!

Atirei-me ao mar
Mar de gente onde
Eu mergulho sem receio
Mar de gente onde
Eu me sinto por inteiro...

De forma alguma eu gosto dos finais de semana em Videira. Sim, tenho que confessar. E digo o por que. Nesses quase 36 meses, nunca usei tanto a Internet como agora. Nunca estive tão sozinha como antes, com poucos amigos em volta, sem aquele mar de gente no entorno. Foi desse jeito que cresci. De repente me vejo numa cidade “nova”, com novas pessoas e lugares para desvendar e paro para analisar se nesse tempo todo eu conheci pessoas e lugares, a resposta é: “bem menos do que poderia, bem menos do que devia, bem menos do que gostaria...”
Antes, minha necessidade em me comunicar com as pessoas era saciada com contato físico, mas agora, meus relacionamentos são todos virtuais e há gente que pense que isso seja o ideal. Que dá para aliar o trabalho, o lazer e as atividades de casa quase ao mesmo tempo. Digo-vos: O ideal um caralho! Eu gosto mesmo é da força do abraço, da verdade ou da mentira no olhar, da umidade do beijo, da força no aperto de mão. E isso eu pouco faço por aqui e lastimo muito por isso.
É tempo demais para se adaptar a uma cidade... A novos valores e cultura. Em janeiro farei três que estou aqui no Meio-oeste catarinense, contente por ter conquistado as amizades que tenho ao meu lado, mas ainda insatisfeita. O perfil das pessoas na cidade ainda é a impessoalidade – que contraditório – e isso não é algo que me agrada. Em períodos como os de final de ano e aniversário, essa situação alimenta minha solidão e ressalta minha tristeza.
A pouco menos de três anos, meu MSN servia para agendar encontros com os amigos. Era uma medida econômica para quem tinha internet banda larga em casa (DSL de 400 kb) ou no trabalho. Mais prático que discar o número no celular – se bem que eu tinha um Motorola que discava com o comando da voz (amava aquele aparelho até me roubarem num hotel daqui). Não consigo entender porque as pessoas preferem ficar em casa, atrás de monitores, conversando umas com as outras quando podem estar em suas companhias pessoalmente... Era sempre um prazer encontrar os amigos, mesmo depois de 12 horas de trabalho, ou oito de trampo e quatro de estudos. Era o nosso relax...
Por isso que quando as pessoas me convidam para ir nas suas casas; eu vou (obrigada Silvia pelo encontro de mulheres)! Por isso que quando elas me convidam para conhecer o seu lar, eu aceito (obrigada Miriam). Por isso que hoje eu vou na inauguração da iluminação de Nata, ver o bom velhinho chegar no carro dos bombeiros. Por isso que quando me convidaram para ir na formatura de uma turma de informática em Arroio Trinta, eu disse sim, bem feliz (obrigada Muriel e Vanderson). Por que é nesse mar de gente que eu me atiro sem receio.

Mar de Gente – O Rappa

Comentários

Jamille Lobato disse…
"Voltar com a maré
Sem se distrair
Tristeza e pesar
Sem se entregar
Mal, mal vai passar
Mal vou me abalar"

Mudanças e situalções "alone"... conheço-as muito bem e, pode não ser uma casa nova, uma cidade nova, mas mesmo sem a intenção percebo que sempre estou em processos de mudanças.
Coisas que vão, coisas que ficam e as que virão.
Pois é minha cara, como diz a música "vai passar".

Bjus
Anônimo disse…
O Nêga, eu sei bem o que vc passa...vc veio de PoA e eu Ctba...e ainda sinto o que vc sente, mas se te fizer sentir melhor, eu me empresto para vc abraçar tá, agora já aquele negócio de umidade eu não posso te quebrar o galho tá!
E já vá marcando para essa semana para me ajudar com a garrafa de vinho...eu faço um rango e a gente papeia tá!!!!
Bjinhos desde Curitiba!

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