Nem de longe, um Tim Lopes...


Tim Lopes morreu no exercício da profissão. Ele era uma repórter de polícia que trabalhava sempre disfarçado nas favelas do Rio de Janeiro, pela Rede Globo. O cara pesquisava, investigava, tinha olheiros, tinha informantes, tinha contatos na polícia. Até hoje sua morte é inexplicável para mim e seu corpo nem sei se conseguiram localizar, mas, deve ter sido queimado, como suspeitava a polícia carioca.

Eu costumo usar uma frase no MSN, quando estou escrivinhando, ferozmente, minhas matérias. Nela está escrito: "Psicografando Matérias". Às vezes a criatividade falha e tenho tantas notícias para relatar ou reportagens para escrever de forma atrativa, que só psicografando algum dos magos do jornalismo para conseguir tais atos; e ainda mais, entregar em tempo do fechamento, sem que o chefe ou o paginador façam beicinhos.

Mas, na verdade, o que gostaria mesmo era de psicografar, ou seja, ter a habilidade de Tim Lopes para o jornalismo policial. Na verdade, acredito que isso tem ser uma paixão e um dom, como tinha o cara. Eu não gosto de fazer matérias policiais, de cobrir a editoria de polícia, primeiro que bandidagem é algo vil demais para mim para merecer atenção de veículos de comunicação e seus públicos. Depois, porque sou uma cagona mesmo. Tenho medo, admito.Mesmo assim, gostaria de ser uma boa repórter policial, o que não sou. Tenho que admitir... As perguntas, dúvidas até surgem no momento, mas me fogem todas em frações de segundos sei lá porque e na hora da escrita, não adianta pedir inspiração ao Tim, porque nem de longe sou ele...

Eu até tento. Ontem (3), quando estava tranqüilamente saboreando um milk shake no Centro de Videira veio um chamado da redação:

- Prenderam sete traficantes e os caras estão na delegacia. Vamos lá, já matamos então a página policial da semana.

Percebi que se tratava de um pedido receoso, afinal era meu dia de folga, mas eu sou repórter e fui - até faceira para a delegacia de polícia. Fiz piadas com o delegado, com as presas, entrevistei os suspeitos, brinquei com os colegas. Mas, na hora H, nada feito. Tim Lopes não desceu! De novo...

Comentários

Anônimo disse…
Minha querida Cor de Rosa e Carvão, eu acho você um mulher de coragem. Só o fato de entrar numa delegacia e ter contato com o crime, já vale um prêmio. Com certeza, os obstáculos logo serão superados, você é competente. Paz e harmonia.

Forte abraço

CAUROSA - caurosa.wordpress.com
Nanda Assis disse…
acredito que vc seja uma jornalista de primeira, e um dia será consagrada!!!

nunca desisto de vir aqui.
tbm ando com pouco tempo na net.

bjosss...
Dois Rios disse…
Linda Elaine,

Tim morreu no Tim.

A Elaine vive na Elaine e não precisa de nenhum espírito do além que a faça cópia de alguém. Assim como o Tim, você é única no seu jeito de trabalhar e se expressar.
O seu valor é esse. O de ser única.

Amo os seus escritos, já disse. Você põe leveza nas narrações e passeia pelas palavras com uma invejável desenvoltura. Deixe o Tim com o Tim e reencarne diariaemnte na jornalista que há em você. A sua luz é própria, menina! Você ainda vai muito longe.

Beijos e mais beijos,
Inês
cada vez que venho aqui, leio um texto inteligente, bem bolado, bom de ler.
è bom vir aqui minha cor de rosa e carvão.
Tenha um feliz inicio de semana,e apareça.
Ro/Maurizio
Anônimo disse…
Acho que depois de tudo o que ele passou nas mãos dos bandidos, nem a alma dele quer saber disso tudo.

Abraços.

Enfil

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