Insônia



Há umas duas semanas, talvez um pouco mais, tenho tido indícios de um processo de retomada de insônia. Noite sim, noite não eu acordo de madrugada e fico com os olhinhos fechados, em vão! Às vezes fico das 3 até as 6 horas assim... Tentando conter os pensamentos, as constatações, as idéias, ilusões, ou seja, qualquer tipo de função que mantenha o cérebro desperto. Tento fazer com que ele volte a dormir, mas não tenho tido êxito.
Minha primeira experiência com a insônia foi em 2006 e num ritmo tão intenso que não quero repetir. Então tenho ficado na cama, rolando de um lado para outro até que o corpo cansa, o cérebro cansa e durmo, mas isso lá se foi muito tempo, lá se foi uma noite inteira. Fico impressionada como o tempo passa de forma improdutiva quando se está nesse estágio. Fico na dúvida entre levantar e fazer algo como arrumar o quarto ou escrever e acabo permanecendo no mesmo lugar com medo de que se por os pés para fora da cama, até meu desejo de voltar a dormir vá embora. É nesse momento que olho o relógio do celular e percebo que já era. O que temia aconteceu e nada fiz.
Antigamente eu costumava ter DVDs no quarto. Sempre tinha vários filmes. Como o período era mais punk, todos eles eram comédias pastelões para gargalhar de rir, até molhar as calcinhas. O máximo que conseguia era esboçar um sorriso, depois de muito chorar, claro. E só corria o risco de molhar as calcinhas quando tinha preguiça de levantar para ir ao banheiro. Nessas noites atrás, o clima por aqui tava frio e nem cogitava a hipótese de levantar da cama, nem para fumar acompanhado do bom e velho vinho, companheiro, na sacada. Então loquei fitas, de novo, mas desta vez com belos dramas do cinema atual. Pronto, foi só eu saber que havia esquecido de pagar a locadora, há meses, que parei com essa bobagem. Decidi atualizar a série Lost e Heroes para que, além do sono, eu perca dinheiro com filmes que posso ver na Sky se souber aguardar.
Tentei todas as técnicas de antes. O de escrever no diário, o de ouvir música para dormir, aquela no estilo new age (adoro), ver filmes, ler e agora de escrever. Mas o processo não pode continuar. Essa quinta-feira eu li a coluna do pastor Sérgio, da Igreja Luterana do Brasil aqui de Videira – eu ainda recebo por e-mail, mesmo não trabalhando para mais para o Jornal A Coluna. A princípio fiquei curiosa com o título do e-mail e fui procurar o conceito no dicionário, mas não encontrei porque, na verdade, ele havia esquecido de digitar a letra O e ainda trocado o S de lugar. O tema era “Insônia”. Li antecipadamente o material...
“A preocupação com a atual crise na economia está roubando o sono de muita gente. Conforme pesquisa realizada na Inglaterra, 20% dos entrevistados têm dormido menos do que cinco horas por noite, enquanto 25% chegam a levantar três vezes da cama. Mas a insônia não vem de agora, é um problema comum no mundo ocidental dos últimos tempos. No Brasil, mais de 35 milhões de pessoas sofrem deste distúrbio. A agitação do dia-a-dia, as inúmeras obrigações, e as dificuldades financeiras são as principais causas, dizem os especialistas, e as conseqüências estão aí, na cara de gente mal humorada.” Assim abriu o texto para o jornal. Acredito que toda a pessoa que sofre de insônia sabe qual a causa do mal. Eu sei...
Mas, o que chamou minha atenção no texto do pastor Sérgio Mundstock foram as citações bíblicas. “Ora, se dizem que o mal da insônia são as preocupações, este Jesus à direita de Deus – que pede ao Pai em nosso favor (Romanos 8.34), ele mesmo sugere: ‘Não fiquem preocupados com o dia de manhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades’ (Mateus 6.34)”. Então lembrei do meu lema de que vivo por prazer e é por prazer que eu vivo, sendo um dia de cada vez. E fiquei agradecia ao pastor me lembrar disso. Para ele, o problema no sono não é o tamanho da conta bancária nem das dificuldades, mas o tamanho da fé. É verdade!




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