Não Caia na Rede do Cigarro

Estava eu aqui em casa, fazendo uma 'boquinha' na cozinha, quando decidi ligar a tevê. Claro que fui direto para o Cartoon Network. Depois de minutos me divertindo com desenhos do tempo do Êpa, comecei a zapear. Dei a sorte de pegar a reprise do Programa Livre. Ops, ato falho, Altas Horas - que adoro.

Nessa semana as bandas convidadas eram Titãs, Paralamas do Sucesso e Pity. Um dilícia esse trio para os ouvidos. A baianinha apresentou seu DVD e CD gravados Ao Vivo em São Paulo, que quero para mim, obviamente, e a melhor bando dos últimos tempos junto com o cantor de Vital e sua moto, também. As duas bandas de rock gravaram um DVD e CD juntos, Ao Vivo também, com os melhores sucessos de seus 25 anos. Também não preciso dizer que também os quero.

Entre uma musiquinha e outra, eu de backvocal do lado de cá da telinha, Sérginho Grosman fala do clipe lançado pela Organização Pan-Americana de Saúde contra o tabagismo entre os jovens. O clipe de rap é uma delícia, uma produção chamada Break The Net (embora o nome pomposo, o clipe é uma produção nacional), onde o cantor representa a indústria do tabaco e tenta atrair uma mulher com argumentos de sedução representados pelo cigarro e sua fumaça. Ela o rechaça com uma resposta vigorosa e ainda alerta para os riscos de "cair na rede" do marketing do tabaco.

Vocês podem achar que estou sendo hipócrita aqui, mas não. Eu comecei a fumar na adolescência e não parei mais (com exceção de dez saudáveis meses entre 2005 e 2006). Sabe aquele lance de ser charmoso, fazer tipo, mostrar independência, vanguarda e coisa e tal? Pois é. Eu agora ajudo a sustentar a indústria do tabaco e ainda os incentivos a minimizar a imunidade do meu organismo, no mínimo. Justamente porque há quase 18 anos eu não tive personalidade para dizer não ao ato de fumar.

Tudo bem, porque não páro então, já que é tão ruim? Bom, é contraditório, mas eu gosto, sempre gostei, de fumar. Mesmo sabendo de seus malefícios em meu corpo. E sim, esse vício não traz nenhum bem, nem ilusório, a nós humanos. Simplesmente gosto do ato de fumar. Parei porque foi o momento do basta e voltei por fraqueza. Então, o que estou tentanto aqui é evitar, melhor, fazer um alerta para que você, adolescente que me lê, Não Caia na Rede do Cigarro. Se liga bico de luz! Só isso.

'Jovens Sem Cigarro'

O tabaco é a principal causa de morte que poderia ser evitada no mundo. É o único produto que mata quando é consumido de acordo com as recomendações do fabricante. O tabaco mata até 50% de seus usuários regulares.

Atualmente, existem no mundo cerca de um bilhão de jovens e 85 % deles vivendo em países em desenvolvimento. Estes jovens passaram pelo vulnerável período da infância e são hoje pessoas saudáveis. Entretanto, o uso do tabaco contribui em grande parte como um dos elementos que está mudando a imagem clássica de uma juventude saudável no mundo.

O ato de experimentar na adolescência um produto altamente aditivo e que é oferecido de forma agressiva pela indústria do tabaco, pode facilmente conduzir uma pessoa a toda uma vida de dependência. Um dos meios mais eficazes de se proteger os jovens dos danos causados à saúde pelo uso do tabaco é proibir a publicidade, a promoção e o patrocínio de eventos por parte da indústria.

Fonte: OPAS