Banho de Tanque
‘Cê lembra? Você se lembra? Esse é o refrão da música de “Você se Lembra”, de Sá e Guarabira. Me lembrei dela ao lembrar de ontem à noite, quando parte do G6 rememorava fatos da infância. Eu recordei do tempo que era pequena e cabia dentro do tanque. No verão, tomar banho de tanque era a melhor parte do dia de uma criança, cujo dia só acabava quando fechava os olhos, de tão cansada, na hora de dormir.
Minha mãe fazia esses desejos para mim. Ela me mandava tomar banho e eu, quando dava sorte dela estar nos seus dias e com tempo, dizia que só tomava banho se fosse de tanque e com a concha. Sim! De concha ainda... Minha mãe tinha uma “conchona” furada, que deixava na área de serviço sei lá para quê. Mas na hora do banho de tanque eu achava a utilidade para ela. Então, ela enchia o tanque de água fresquinha e me colocava lá dentro.
Enquanto brincava com o sabão – sim, sabão, porque sabonete era caro demais para nós. Quando a grana folgava, meus pais compravam sabão de glicerina, daí minha fissura pelo tipo e pelos sabonetes glicerinados -, ela me lavava com as calcinhas que tinha lavado a pouco. De vez em quando eu soltava o tampão do tanque para ter motivo para abrir a torneira, enquanto ela se molhava todinha também. Mas a descoberta do banho de tanque não foi por brincadeira. Quando faltava água lá em casa, ela pegava balde do reservatório da vizinha, que era gente boa, e enchia meio tanque para que eu tomasse banho. Depois, reservava um balde daqueles brancos, grandes, para me enxaguar.
Mas o detalhe era que isso tudo começou no inverno e era frio pacas lá no morro, onde morava, principalmente no final da tarde. Não era nada engraçado quando isso acontecia e também nem queria brincar... A economia que fazíamos era tanta, que esquentávamos uma chaleira de água para quebrar o gelo do resto que ia ao tanque, assim eu não ficava com tanto frio e também não corria risco de um resfriado. A concha surgiu nessa época também, minha mãe usava-a para que eu não sentisse o “jato” forte da água gélida quando me enxaguava. Porém, no verão a coisa mudava de figura. Bando de tanque era tudo, só felicidade e alegria. Não tinha choro e nem vela!
Minha mãe fazia esses desejos para mim. Ela me mandava tomar banho e eu, quando dava sorte dela estar nos seus dias e com tempo, dizia que só tomava banho se fosse de tanque e com a concha. Sim! De concha ainda... Minha mãe tinha uma “conchona” furada, que deixava na área de serviço sei lá para quê. Mas na hora do banho de tanque eu achava a utilidade para ela. Então, ela enchia o tanque de água fresquinha e me colocava lá dentro.
Enquanto brincava com o sabão – sim, sabão, porque sabonete era caro demais para nós. Quando a grana folgava, meus pais compravam sabão de glicerina, daí minha fissura pelo tipo e pelos sabonetes glicerinados -, ela me lavava com as calcinhas que tinha lavado a pouco. De vez em quando eu soltava o tampão do tanque para ter motivo para abrir a torneira, enquanto ela se molhava todinha também. Mas a descoberta do banho de tanque não foi por brincadeira. Quando faltava água lá em casa, ela pegava balde do reservatório da vizinha, que era gente boa, e enchia meio tanque para que eu tomasse banho. Depois, reservava um balde daqueles brancos, grandes, para me enxaguar.
Mas o detalhe era que isso tudo começou no inverno e era frio pacas lá no morro, onde morava, principalmente no final da tarde. Não era nada engraçado quando isso acontecia e também nem queria brincar... A economia que fazíamos era tanta, que esquentávamos uma chaleira de água para quebrar o gelo do resto que ia ao tanque, assim eu não ficava com tanto frio e também não corria risco de um resfriado. A concha surgiu nessa época também, minha mãe usava-a para que eu não sentisse o “jato” forte da água gélida quando me enxaguava. Porém, no verão a coisa mudava de figura. Bando de tanque era tudo, só felicidade e alegria. Não tinha choro e nem vela!
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