Me faltam palavras

Estou sem vocabulário. Esqueço a grafia de palavras pouco habituais e dúvidas surgem em relação a escrita de outras, de uso cotidiano. Me faltam palavras, simples ou complexas, para expressar meus pensamentos, idéias, para divulgar as notícias, relatar os fatos. E a culpa de tudo isso é a falta de leitura.

Nas últimas semanas, conhecidos me dizem que leram tal livro, terminar aquele outro, vão começar a biografia do ciclano ou que odiaram o romance ficcional do beltrano. Gente, eu lia dois livros ao mês há dois anos atrás. Tava sempre com um exemplar na bolsa. Dava tempo de ler meu romance ou contos preferidos, de estudar (sim, eu estudava, era aluna aplicada que fazia todas as tarefas de casa) e ainda vadiava pela Internet e zoava com os amigos pelas noites da Cidade Baixa em Porto Alegre. Ah, claro, e trabalhava.

Não entendo porque aqui em Videira entrei num ostracismo, onde o livro de cabeceira só mudou porque ganhei de presente de Natal, do meu amigo Alexandre, o Castelo dos Destinos Cruzados. O livro não deve ter mais do que 100 ou 120 páginas, de tamanho médio, com ilustrações ainda. Sem falar que é de contos surreais, que eu adoro. Aliás, adoro tudo que o Italo Calvino faz. Porém, a última vez que o peguei foi para tirar pó de sua capa e limpar o chão do quarto (ele fica ao lado da minha cama, no chão).

Tô sem vontade de ler há meses. Obviamente que isso tem prejudicado minha estrutura textual, meu vocabulário, estagnado meu desenvolvimento pessoal, minha capacidade de raciocínio. Há pouco tempo até me deu vontade de ler meus contos de vampiros. Comprei este na Feira do Livro de Viamão há uns cinco anos. Já tive vários impulsos de o pegar para ler, mas, de repente, nem sequer o tirei do armarinho. 13 Melhores Contos de Vampiros da Literatura Universal reúne autores clássicos que com certeza devem ter arrepiado com os seus leitores, mas eu não sei disso ainda...

O que sei na verdade é que preciso recuperar meu tesão pela leitura logo. Antes que me falte muito mais que as palavras.