Mar de Gente II



Pessoas entram e saem da vida da gente a todo o momento. Elas vêm com defeitos e qualidades no mesmo pacote e eu as aceito assim, de porteira fechada. Talvez seja por isso que eu sempre me machuco quando elas vão embora ou quando me desaforam. Mas é nesse mar de gente em que eu mergulho por inteira, como canta o Falcão na música. Não sei ser diferente.

Eu sou um ser cheio de defeitos e há muito eu aprendi que para muitas pessoas, essas falhas são monstruosas, que não têm perdão, que não têm aceitação. Então, nesses casos, tento aplicar a lei da física de Ação e Reação, mas logo tudo cai por terra. Isso não faz parte do meu perfil, ficar apontando o dedo sobre tudo que me incomoda e que "desabona" os amigos. Amigos são amigos e ponto. Uns mais, outros menos, alguns são parceiros, outros são colegas, mas o sentimento existe para todos quando se gosta de pessoas. Não importa o que sejam, o que são ou como são.

Já foi pior antes, na adolescência, quando eu levava o sentimento a ferro e fogo. Saia na defesa de todos por simplesmente gostar. Hoje eu me preservo mais, me dou o direito de amar, mas ter reticências, de ter um olhar sobre o lado "negro" da força, he he he. Enfim, eu me resguardo um pouquinho, coloco minhas posições ideológicas e sociológicas; depois soro baixinho no cantinho. É, o mar de gente que eu mergulho sem pensar...

Sou assim, pronto! Já aceitei, meio sem pensar, meio sem prospectar a reação das pessoas. Porém, hoje sei que alguns me aceita assim, cheia de manhã e charme, de defeitos e qualidades, de querê querê. Vou confessar, é bom demais estar à vontade entre iguais. É bom demais respirar sem ter a impressão que fica roubando o ar de alguém. De falar, caguejar, discutir, esbravejar, errar, acertar e perceber que tudo continua igual, porque cada um respeita a postura, a posição do outro, sem recriminar (apenas uma críticazinha entre amigos, claro).

É por isso que estou ansiosa e a cada email de amigos, querendo saber quando chego, fico ainda mais tontinha. Tem amigos querendo contar novidades, muitas novidades, tem outros que querem fazer um happy hour e rir à toa, como sempre fazíamos quando estávamos próximos, tem alguns que querem desabafar e esperam ouvir palavras de acalanto (que espero ser capaz e ter condições para fazer isso) e tem aqueles que querem me ver, abraçar e saber o que me vai no peito. Tenho amigos para tudo. Tem até uma que quer se reaproximar, depois de alguns anos de silêncio e desprezo. Eu quero vivenciar todos esses momentos, do jeitinho que relatei acima, sem roubar o ar de ninguém.

Na semana passada, lembrei do Luiz Soutes (o Sancho Pança). Dos dias vividos no jornal, das conversas de gurias (digo, guri e guria, mas era tão à vontade que era como se fossémos iguais), do momento da despedida e de que faz um ano que ele galgou por outro caminho, em busca de oportunidades. Então, conversamos brevemente pelo msn e senti que o Sancho é uma das pessoas que se foi, mas que deixou marcas, que tirou um pedacinho do mim que havia dado por gostar.

O coração não é um órgão que se regenera. Então eu fico assim, aos pedaços, com os batimentos cardíacos descompassados e sentindo a falta do corpo que ocupava aquele espaço. Porém, fico feliz ao saber que as pessoas que amei e que ainda amo estão se dando bem. Estão felizes, mesmo que longe, distante demais e sem esse apego todo...

Da fotito acima, o jyraia de boca aberta vai rumar por caminhos diferentes e longínquos. A ele; toda a sorte do mundo aos seus pés. Vai fazer falta pigmeu!

Comentários

Anônimo disse…
Eu só quero um Menage e um pouco dessa "sustância" para o pp ter onde pegar, he he he
Bj
BB - Ai meu good! Eu querendo largar o vício e tu me oferecendo lingüiça fresca, ha ha ha. Bjo. A gente se vê no findi.

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