Ground zero




Espiei o relógio, 0:00, um momento feito inteiro de zeros no relógio digital. Fiquei ali matutando os segundos que iam rítmicos e sem pressa rumo ao inevitável.
Logo eu, que insisto em não ter relógios. Bem que podia ser 16:35, 23:55, um tempo gregoriano qualquer que ao menos mencionasse meus números de sorte. Mas não. Nessa vez que inadvertidamente mirei o bicho, ele mostrou logo isso: Zero, dois pontos, zero, zero.
Raro fitar o desenho do zero seguido de outros seus, acho que só lembro de fazê-lo uma vez por ano e, mesmo assim, forçando uma barra: É quando todos os meios de comunicação alardeiam o quanto deixamos de fazer nas imensas horas tiquetaqueadas pelo relógio no ano que passou, e o quanto devemos mudar, e o quanto somos ineficazes em nossos projetos e que a hora de balanço chegou e isso e aquilo outro...
Aí o número no relógio digital girou, virou outro número, vítima rítmica e inevitável de sua natureza. E com ele a minha pressa em não pensar mais nisso.
*** ***
O Xuxú pediu para postar no blog o texto de uma amiga do Rio de Janeiro (te mete, o cara tem conhecidos na cidade maravilhosa...). Fiquei meio assim, mas ele disse que eu iria gostar - e gostei. Disse para eu postar - e postei. Então eu pedi o nome da guria para assinar a obra prima e ele não deu... Então tá né... Hehehe.

Comentários

Postagens mais visitadas