mãe, eu sabia! a culpa é do CD38

Ele é decisivo na perda de peso
Pesquisas com ratos apontam que ausência do gene CD38 pode ser responsável por manter silhueta enxuta, mesmo com a ingestão de alimentos calóricos

CD38. O gene que há quatro anos tem as suas atividades exploradas por pesquisadores da Clínica Mayo e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, pode ser responsável por manter uma silhueta enxuta, apesar da ingestão de alimentos com altas taxas de gordura.
O gene mostrou exercer função reguladora no peso corporal e na obesidade de camundongos analisados em laboratório. Segundo os autores do estudo, na ausência do CD38 os animais que consumiram calorias em excesso não ganharam peso. Com o gene presente, os camundongos submetidos à mesma dieta se tornaram obesos.
“A deficiência do gene CD38 promoveu uma barreira contra o aumento de peso em camundongos submetidos à dieta rica em gorduras”, disse o anestesiologista brasileiro Eduardo Chini, co-autor do estudo. A atuação nos seres humanos ainda precisa ser comprovada. A descoberta foi feita quando os pesquisadores tentavam provar a relação entre o CD38 e a longevidade nos animais. Uma série de evidências bioquímicas apontava o gene como o responsável por codificar uma enzima capaz de inibir o Sirt1, um dos genes associados à longevidade.
Só que o Sirt1 também é responsável por ativar um receptor químico, o Pgc1, que exerce função fundamental no controle do metabolismo, podendo neutralizar os efeitos da obesidade. Os pesquisadores constataram que a presença do CD38 não inibia apenas o SirtT1, mas também a expressão do Pgc1, provocando aumento de peso. Na ausência do CD38, os camundongos mostraram-se protegidos contra a obesidade.
“Sem a presença do CD38, o Sirt1 é ativado, promovendo o aumento do metabolismo e a redução dos depósitos de gordura, além de outros benefícios para a saúde”, destaca o anestesiologista brasileiro.
Os pesquisadores estudaram dois grupos de camundongos: um com o gene CD38 e outro sem. Cada grupo foi colocado em uma dieta rica em gorduras. Num segundo momento, os grupos foram submetidos a uma dieta padrão, com baixa quantidade de gorduras. Ao fim dos testes, a gordura corporal dos camundongos que tinham o CD38 e seguiam a dieta hipercalórica tinha praticamente quadruplicado.
O peso quase dobrou. Após oito semanas, os animais começaram a apresentar sinais de intolerância à glicose, forte indicador de diabetes. “Oito meses depois, apenas metade dos camundongos com o gene continua viva”, conta Eduardo Chini. Entre os animais que não apresentavam o CD38, a taxa de sobrevida foi de 100%. Eduardo diz que os pesquisadores estão conversando com empresas farmacêuticas para desenvolver uma droga capaz de inibir a função do CD38 – e que poderia ser usada de forma complementar nos tratamentos contra a obesidade e o diabetes.
Fonte: A Notícia

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