Desatino de amor


Depois de um final de semana reflexivo, solitário e distante. Acordei na segunda (11 - sim, esse fato já tem uma semana) com uma idéia na cabeça. Um desatino de amor. A última tentativa, derradeira quem sabe. Enfim, chamei de xeque-mate.
Desci para minha reunião de pauta, como toda manhã, lentamente e com as idéias a rebolar na cabeça. A ansiedade começou a tomar conta de mim, misturando-se com emoção, dúvidas, desejo, coragem, medo... O cigarro entre os dedos, a fumaça sendo inalada e o pensamento fluindo no compasso do coração, cadenciado pelos passos.
Já na Saul Brandalise, a idéia já estava madura. Pronta. Era só por o plano em ação. No dia seguinte era o dia dos namorados e queria estar com tudo resolvido. Do tipo: ou vai ou racha. Ainda em dúvida sobre o dia, peguei o celular e mandei uma mensagem para a Angélica, minha conselheira, dizendo-lhe que cometeria mais um desatino de amor. Ela, curiosa e sabendo que sou um pouco desequilibrada, me ligou. Foi então que ela me disse: chuta o balde, manda hoje mesmo. Foi o que fiz. Mandei...
Decidida segui para o trabalho e encarei tudo como toda a semana: gel (antiga pacas essa gíria né, hehehe)! Ao final da reunião, sai para a rua a passos firmes. Com o horário apertado já. Era quase meio-dia e loja já deveria estar fechando. Sabia o que escreveria no cartão, mas o tipo de arranjo ainda estava em dúvida. Então, a proprietária da loja veio me atender. Disse a ela que queria um arranjo simples, mas elegante, pois o objetivo era para ser marcante, já que se tratava de uma proposta. Ela me sugeriu cravos vermelhos e eu, metida, perguntei como poderia ser o arranjo. A jovem mulher disse que uma flor apenas cumpriria o papel. Complementou a informação dizendo que colocaria e uma embalagem dourada com um laço. Pensei que seria brega, grotesco e mixo. Então fui palpitar na produção com a florista, com a autorização da micro-empresária.
Desci as escadas e fui falar com a senhora que faz os arranjos. Olhei em volta e perguntei se elas tinham tubo de ensaio. Tava em falta devido a uma formatura no final de semana. Putz! E agora, pensei... Olhei pelos lados e vi um vaso em vidro com um suporte de ferro torcido. Achei perfeito. Dava para dois botões e mais verdinhos e os tão famosos véus de noiva, que não tinha. Sugeri que colocassem gel para as flores se conservarem, pois queria estar presente por dias (não que ele fosse entender isso, mas...). Perguntei se poderia ver ela fazendo e consentiu - que doce de mulher! Depois de ver a prévia, subi para não atrapalhar ainda mais o trabalho da senhoura.
Então veio a dúvida pior. Escrever mesmo o que queria no cartão... Fiz dois. Iguais. Uma lápis e outro a caneta. Mas a diferença era apenas o grafite ou a tinta. O conteúdo era o mesmo. Tomei coragem, coloquei no envelope, lacrei-o, pois conheço bem os curiosos, e pedi para entregar. Pronto. Sai de alma leve, com a sensação de missão cumprida e de que havia tentado tudo que estava ao meu alcance.
Cheguei tarde em casa, com um sorriso temeroso no rosto. Mas a agonia maior estava por vir e nem imaginava isso. A pergunta no cartão era simples e direta. Objetiva. A resposta deveria ser no mesmo sentido, mas não, a criatura tem que complicar sempre. Então, esperei por mais de um dia que houvesse uma resposta e já estava achando que merecia, pelo menos, um “não” por telefone, até mesmo por email, mas um “não silencioso” não estava planejado. Sem resposta...
Então decidi me concentrar no trabalho e fui escrever minhas matérias, depois de ter voltado da pastelaria com a Angélica. Fomos afogar as mágoas em duas bohemias, acompanhadas por pastéis. Como não resisto ao orkut, aos blogs e, agora ao MSN, entrei na internet, com o Nicolas me dando suporte técnico, já que o Fred estava no necrotério.
Lá estava ele, dando “oie” como se meu esforço financeiro (meus recursos da semana foram investidos naquela proposta) e emocional estivesse resumido a um cumprimento casual... Mas a surpresa foi que ele achou lindas as flores, que estava surpreso e “mudo”. E que sabia que me devia uma resposta. Pensei: será? Foi nesse instante que meu coração adquiriu outro ritmo, o sorriso recebeu outro brilho e o meu racional novas dúvidas. Ah, que se foda o emocional...
Enfim, o sim veio na quinta-feira, depois da tradicional pressão, hehehe. Um sim meio vascilante, querendo garantias, vantagens... Pôxa, eu que deveria ter tudo isso, afinal, estou arriscando tudo - e de novo! Senti-me estranha, em dúvidas. Pensando se realmente valeria a pena tanto esforço assim... Mas já “estava com o pé nessa estrada”, como cantava Elis Regina. Era só tocar o barco em frente. Foi o que fiz. Agora é esperar para ver, porque as fichas já foram todas apostadas, e como sempre, não me arrependo de nada. Mas dá um friozinho na barriga...
____
* Tinha vários arranjos na loja, inclusive alguns com vinhos. Pensei neles, mas, e se levasse um não? Ele ficaria com as flores, o vinho e a outra com o "prazer". Nãooooo. Nem pensar! Boba sim, mas daí a coisa pior é outro papo, hehehe.

Comentários

Unknown disse…
Olá
^^
obrigado por passar no meu^^
poxa
eu escrevo, pego textos tb
^^
e vai indo
heheeheheehe
espero q possa voltar sempre no meu blog, ok? Com certeza estarei aqui
será mt bem vinda e se quiser eu te linko lá
mts beijoss
Escrivinhadora disse…
Nossa, só assim eu vejo como ando anti-romântica...
Mas enfim, os Tripulantes são (se é que pode-se dizer assim), mas nem todo mundo que eu coloco no site é. Bj!
Anônimo disse…
"idéias a rebolar"? achei que era só os quadris!!!
vc realmente jogou toda as fichas. joga sem medo(quer dizer nem tanto), joga alto.
o único senão é se essa rodada for ganha com mais de um apostador(A).
Betty, nesses momentos eu n gosto de investir pouco n. É 80 ou Tudo. O 8 ou Nada nem considero. Mas eu rebolo sim, nas outras circunstâncias, hehehe. E comigo n tem problema esse lance de repartir o prêmio não e ele sabe disso. O que me importar é ter minha parte integral, sem mais nenhuma lasquinha, na hora da entrega. Tudo bem que tem uma que me incomoda, mas ela vai se matar sozinha, hehehe. Ou eu mato ela...

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