Páginas, descoladas, da vida de Dani Müller


Capital
O segredo da felicidade
A minha capital (8)

DANIELA HELENA MÜLLER/ Psicóloga, moradora de Porto Alegre


A psicóloga Daniela Helena Müller, 32 anos, não é judia, mas foi uma sinagoga de Porto Alegre que ela escolheu para evocar no concurso cultural A Minha Capital, patrocinado pela TIM.


Selecionado entre centenas e o oitavo de uma série de 10 que serão publicados até o aniversário de 235 anos da cidade (segunda-feira), o texto de Daniela relata um episódio do final da adolescência que colocou o templo da União Israelita no centro da sua geografia afetiva.


- A sinagoga representa para mim a lembrança do primeiro amor, um sentimento universal, sempre puro e intenso. Ela marcou minha vida porque vivenciei lá uma grande manifestação de afeto. Foi uma descoberta - ressalta.


Esse momento foi compartilhado com um namorado, judeu. Ele e Daniela acertaram uma data e um horário para ingressar na sinagoga e, sem que ninguém percebesse, celebrar um casamento simbólico no templo vazio. O ritual contou até com uma certidão de casamento, feita no computador pelo rapaz e assinada pelos dois.


- Desde então, nunca mais entrei na sinagoga, mas ela é importante para mim - conta Daniela.


Abriram um enorme portão de ferro, muitas escadas pela frente... Foi a primeira vez que eu estive em uma sinagoga, muitos sentimentos se misturavam dentro de mim.


Nós iríamos realizar um casamento de mentira, uma brincadeira de criança em dois corações adolescentes.


Quando nós chegamos lá em cima, ele colocou o quipá e nos dirigimos ao altar.


Amor, afeto, respeito, amizade, cumplicidade e uma enorme alegria habitavam em nós, seríamos as únicas testemunhas de nossa união, a falsa cerimônia serviria para mostrar um ao outro o quanto nos amávamos, ao contrário dos casamentos tradicionais onde duas pessoas se unem diante de uma grande platéia.


Assinamos nossa certidão de casamento, ele quebrou o cálice, um beijo rápido encerrou a cerimônia.


Hoje esse acontecimento faz parte do passado, mas mostrou que a vida é realmente uma caixinha de surpresas...


- Onde está a verdadeira felicidade?


Pode estar na beleza do pôr-do-sol do Guaíba, ou nos gritos da torcida Gre-Nal, pode estar no colorido do Brique da Redenção, ou no sorriso das crianças no Parcão...


Também pode estar na lembrança de um falso casamento realizado às pressas na sinagoga de Porto Alegre, falso de acordo com as leis dos homens, porém verdadeiro em nossos corações...


O segredo da felicidade pode estar em possuir olhos na alma, para saber enxergar as belezas que a vida nos mostra...
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Essa figura estranha é minha amiga e passou o reveillon lá em casa... Mais alias, hehehe, já que o primeiro foi na praia (Cidreira Beat). Quero ver, se for para Marte, se ela vai aparecer por lá também, hehehe. Ai direi que é de fé...
O texto foi retirado do site Clic RBS. Eu perdi o endereço, então, se quiser ver os outros nove textos, entra lá e procura.

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