Eu fujo!
Estou sofrendo um desgaste emocional. Nem sei se isso existe, mas já diagnostiquei. Rá. E sei a cura também: dar o fora! Pegar a estrada! Viajar sem rumo e sem prazo de validade. Sem pensar em nada, apenas vivendo, curtindo coisas boas. Ficar despreocupada e conhecendo culturas e hábitos novos.
Há quem dirá, certamente, que isso é fugir. É coisa de perdedor, medroso. De gente fraca. De quem nunca passou trabalho na vida. E que o remédio certo é um serviço no lombo e coisa parecida, pois problemas se resolve trabalhando, enfrentando-os.
Para mim, sair por aí é quase que alforria, liberdade, cuidar da própria vida e ponto. Não tem nada a ver com medo, ao contrário. Não é egoísmo. Ao contrário. É deixar de pensar no coletivo, no todo para fortalecer-se. Significa voltar o olhar para si, reerguer-se, cuidar-se, amar-se. Isto! É amor próprio.
Como também sou uma aproveitadora, e estou em um momento de elevar a estima, me beneficiarei da situação para por os sonhos em prática.
E sou uma sonhadora compulsiva. Daquelas que nem põe ponto final numa ilusão e já vai criando outras fantasias. Daquelas que quando curte o rumo da imaginação, continua criando até ficar próximo a realidade. E quando chega nesse nível - ou no estresse de vida citado acima - é melhor vivê-los.
Estou no limite desses dois pontos. Ao mesmo tempo. Tudo junto e misturado. E nem sei se um deles têm chances de chegar primeiro. É empate na certa. E, ao invés de surtar como a maioria das pessoas, eu abro a minha caixa das ilusões e "volto a viver". Há quem tome uns remedinhos, se sobrecarregue de serviço, contorsa os músculos e sofra de dor, até o ponto de se matar ou matar alguém. Eu "fujo". Pra minha vida.
Comentários
Gosto do termo fugir, como diria Gilberto Gil
"Vamos fugir
Pra outro lugar, baby.
Vamos fugir
Pra onde haja um tobogã,
Onde a gente escorregue"
Sempre te vejo ganhando o mundo, livre, leve e solta...