Vida Boa

Fiquei triste pela seleção da Nigéria. Levou 2x1 da Grécia hoje. Não entendo nada de futebol, nem estou acompanhando os jogos do mundial, mas, pela cara dos africanos – estão fora! Esse sentimento da derrota, ainda na primeira fase, para um time que faz parte das seleções anfitriãs deve ser amargo demais...

O goleiro sabia que não poderia ter perdido aquele gol. Mas, aqui na minha reles insignificância futebolística, ele fez uma defesa bonita. Deixou picando, eu sei, mas rebateu uma bola forte, percebeu o erro e se jogou atrás dela. Quase levou um chute na cabeça de tão em cima que foi o lance, o chute do grego sobre a boa que garantiu o gol à Grécia.

Fiquei triste sim. É o trabalho dos caras. Prepararam-se e pensaram que estavam bem para enfrentar os adversários e passar da fase inicial. Eles se enganaram. E, de repente, me deu um frio na espinha, uma vertente de receio, um falsete nas pernas e nas ideias por estar prestas a uma situação incerta, como num jogo de futebol. Por mais que se prepare, nunca se sabe o resultado, pois têm outras pessoas do outro lado do campo.

Estou em ritmo de despedida e tenho saído frequentemente com algumas pessoas. Com umas mais, outras menos. Ontem, numa festinha de aniversário, uma delas tentou me demover da ideia de ir embora. Argumentou sobre o imaginário para ela e contrapus sem esforço. Conheço as dificuldades em uma cidade grande. Mas também conheço suas possibilidades.

Confesso que se quisesse manter a tranqüilidade que tenho aqui, ficaria. Reclamo muito, mas pior é o povo da cidade que não sabe o que tem. A vida por aqui é garantida, estável, satisfatória dentro do que a cidade propõe. Gosto do cotidiano, admito, embora tenha me habituado a ele há pouco tempo. A vida é boa por cá, mas eu quero mais. O bom não me é mais suficiente, por isso eu vou em busca do melhor. Afinal, assim é o ser humano; um eterno insatisfeito... Só não quero [e não vou certamente] ficar como os nigerianos: tristes!

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