Um dia daqueles



Todo mundo tem um dia daqueles, pelo menos uma vez no mês, no trimestre, no semestre ou ao ano. Não sei a periodicidade dos meus. O que sei é que tudo estava encaminhado para acontecer como sempre acontece. Desta vez até melhor. Estava organizada, com tudo programado.
Acordei cedo nesta sexta-feira e comecei a escrever assim que me senti à vontade para isso. Num ritmo bom. Engrenado. Tudo se encaminhava para que fechasse o jornal às 14h, sem a pausa para almoço, até porque nessa casa ninguém cozinha a mais de uma semana mesmo. E eu, que nunca gostei dessa atividade, estou cansada de ter que pensar no que comer, em fazer compras – que é outra coisa que odeio – e ainda guardá-las. Porém, eu odeio abrir o armário e procurar por algo que não está lá, mas que precisava para uma receita que decidi fazer de última.
Mas a conversa não é sobre isso. É sobre a carga do dia, que não foi nada fácil dessa vez, agravado ainda com a preocupação de revisar o conteúdo de Introdução aos Estudos da Linguagem. Peguei recuperação nessa disciplina e em Introdução a Língua Espanhola também. Então, pensava em estudar a tarde toda quando o celular toca. Era da redação do jornal, claro. Estava tudo calmo demais.
- Houve uma apreensão de drogas ontem. 700 gramas de cocaína.
Era meu chefe todo emocionado por ter uma notícia de polícia e eu toda indignada já porque uma ida na Delegacia de Polícia iria fuder com meu planejamento.
- A Marisa está passando aí para te pegar.
- Agora? Essa hora não, eles tão comendo. Às duas na delegacia.
- Eles estão lá esperando.
Bom, se estavam esperando era porque deveria ser uma coletiva. Deve ser sobre aquele assunto graúdo. Ledo engano. Era dos pequenos mesmo. Porque afinal, o que é 700 gramas de crack (e não de pó)? Sei, sei... Quase um quilo de pedra. Mas no montante isso é pouco tchê! Não iria fazer diferença no contexto geral, pois o babado dos grandes iria tomar conta da capa nesta edição... Mesmo assim, lá fui eu para frente da delega esperar os ratos terminarem o banquete e se designarem a dar entrevista e repassar as fotos.

Resultado: Me fude por inteiro! Voltei para casa às 15h, duas horas depois que sai e com mais uma matéria para fazer; a internet estava um cú e nenhum servidor de email funcionava direito; meu editor acionou a tecla rediscagem no telefone dele e adivinhem? Eu era a bola da vez em todas as suas chamadas. O computador travou – e olha que ele é novo, essa Lacraia temperamental e o filha da puta daquele policial que baixou as fotos no meu MP3 fez alguma cagada, porque o coitado não funciona mais. Sou doida pelo meu MP3, não vivo sem um aparelho desses, tanto que esse já é o segundo. Não consegui fazer minha coluna como queria (me senti um lixo por isso, portanto, nada de publicá-la aqui no blog essa semana) e ainda acabei sem tempo para estudar para a prova da noite.
Cheguei ao Pólo de EaD mais cedo para me concentrar e ler o material didático e surpresa: lá estava pior que aqui em casa, onde a nova diarista tumultuava meu momento de produção somente com sua presença. Para amenizar, a assistente da coordenadora do Pólo me deixou na sua sala, o único lugar silencioso que existia no momento, e consegui ler o livro e realizar a prova, penso eu, com esmero e de forma correta até. Então, tudo parecia melhorar até que, cansada, com fome - estava desde segunda sem comida, só a base de lanches - decidi ir jantar no Videira Shopping. Desci a lomba sonhando com uma Ala Minuta saborosíssima...
De repente, um pensamento me passou por entre as idéias e fico até com medo agora. Ou seja, ele se confirmou! Nada poderia ser melhor do que encontrar o Casal 20 na praça de alimentação. Já não bastou na segunda, agora ontem e no almoço deste sábado isso vai se repetir, com certeza. É uma overdose de tanta meiguice a falso amor assim em uma semana, só para mim. Mas até que me safei bem desse encontro. Já virou tragicômico.
O pior foi chegar em casa e ver que mais uma vez estou sendo escanteada somente para o meu quarto. Agora as almofadas, que de um dia para o outro, são bregas ou não combinam com a sala. Isso sim acabou com o que poderia salvar este dia daqueles, que era o restante do meu humor “negro”. Como costumo dizer: C’est la vie... Mas pela manhã se percebe outro dia nascendo e o sol sempre volta a brilhar, mesmo que o céu esteja nublado.

Comentários

Anônimo disse…
não esquenta rapariga dias melhores virão.
acho que vc esta precisando de umas férias, vai visitar o Pp.
saudades
bjs
ai que vontade que dá... he he he. bjo no coração.

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