Lordy I


Tava na sacada, fumando um cigarrinho, quando vi o cachorro cofap da vizinha brincando com um outro da rua. Então, no mesmo instante, me veio a memória a lembrança do Lordy, meu cachorro da infância.

Quando pequena nós moravamos numa casa de madeira, velha (que adorava e onde tive a infância mais maravilhosa que uma criança pode ter e é por isso e pela casa aconchegante da minha avó, em Cruz Alta, que gosto tanto de casas de madeira), pintada com tinta óleo pinhão. Lá, cada um de nós, filhos, tínhamos um cão. Minha irmã tinha o Bob. Um cachorro grandalhão creme, sem raça definida - aliás, todos eram sem definição, hehehe. Meu irmão tinha o Rusty. Um cão pequeno até, preto, e eu o Lordy. Um cachorro meigo e brincalhão, caramelho com pêlos branco no peito, e peludo. Lindo!

O Lordy era uma figura. Todas as crianças da rua amavam ele. Minha mania de festa, comemorar, reunir os amigos vem desde essa época. Toda semana eu pedia dinheiro para o meu pai, alegando que era aniversário do Lordy e que eu tinha que fazer uma big (entenda-se: milhopan, suco de uva do "jarrão" e balas) festa para ele. Teve uma vez que o pai me deu dinheiro errado e fui até o mercadinho da esquina comprar os mesmos itens. Dei o dinheiro para o bodegueiro, que me olhou e perguntou de onde eu tinha tirado a nota, que lembro que era de cinco (era uma furtuna na época). "Meu pai me deu!" Então ele disse que eu poderia escolher o que quisesse e eu fiz, realmente, a big festa. Tinha de tudo: bolo inglês, de chocolate, refrigerante, batata chip's, pirulito, bala chiclé, mumu em saquinhos... Uma infinidade de guloseimas.

Voltei para casa com a sacola cheia. Arrumei tudo bem bonito ao mesmo tempo em que tentava deixar o Lordy longe de tudo, até o parabéns. Sai correndo e fui chamar a gurizada da rua para a festa de aniversário do Lordy, mas como a turma não estava, vieram só dois. Três crianças e um cachorro se empanturraram de doces a tarde toda.

À noite meu pai chegou triste em casa e tava falando com minha mãe que tinha perdido dinheiro, que não sabia como, mas que estava sem nada. Eu entrei na cozinha e estiquei a mão, cheio de notas e algumas moedas. Ele me olhou e perguntou que dinheiro era aquele e eu disse que era o troco do dinheiro que ele tinha me dado pela manhã. "Bah"! Foi o que ele disse. Eu, já choramingando, perguntei se tinha gastado muito. Ele disse sorrindo que não, que tava tudo bem.

Dormimos todos felizes naquela noite. Meus pais, eu - na minha cama quentinha - e o Lordy, na sua casinha.

Comentários

OI Jéka..nóis tudu é jéka mais é jóinha! Obrigado pelo coment sobre a tatto... e sabe q qro faezr outra? Mas deixa eu melhorar do braço grudento e fedido..hehehe..pomada grudenta..suja td..hj coloquie um plástico pra num sujar amis a roupinha... te amo negona! BEijo...
Anônimo disse…
Nossa, ahei bonita essa história da festa do Lordy e do dinheiro... Eu nunca tive um cachorro... mas combinei com meu namorado que teremos um quando nos casarmos... rs Saudades querida!! beijos!!
Anônimo disse…
pq não respondeu meu mail mulher? acho que vc mandou para o errado. não to conseguindo baixar a nova versão do msn, qdo der a gente se fala então. bj

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