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Qual é a música?


Qual é a Música? é um programa de competição de auditório da televisão brasileira, apresentado por Silvio Santos, desde os anos 70. A atração promove no palco uma gincana musical com a presença de três artistas do sexo feminino e três do sexo masculino. Ao longo do programa, ambos os trios têm de mostrar seu conhecimento musical em uma série de provas. Quando eles não sabem a música quem participa é o auditório que canta e ainda sai com um prêmio em dinheiro do programa.
Mas, a coluna desta semana não se trata do programa televisivo, e sim sobre uma curiosidade pessoal. Qual é a música que embala a sua vida no momento? Costumo dizer aos amigos e colegas que sou um ser musical. Mesmo sem conhecimento de causa, apenas uma apreciadora de notas musicais seqüenciadas e ritmadas, coloco a música como “pano de fundo” nesta edição. Tem mais: dedico esta “viagem sonora” a quem não sabe viver sem um tema musical, ou sem som e, principalmente, àqueles que fazem uso de qualquer estilo ou canção como meio propulsor para as ações do cotidiano.
Para muitos parece estranho, dá para perceber pelo olhar das pessoas nos passeios. Em outros vejo um olhar de compreensão. É que ando pelas ruas da cidade, com fones nos ouvidos e MP3 no pescoço, ao embalo de musicas, de variados estilos, que me divertem, matam a saudade de entes queridos e distantes ou me remetem a situações vividas. Mas não sou a única a agir assim. Um colega, por exemplo, que hoje se aventura na capital catarinense, só conseguia se concentrar no trabalho ouvindo música eletrônica – bem alto! Tanto, que a comunicação entre nós era gestual ou, numa tentativa ruim, por meio da leitura labial. Era nesse estilo que ele embalava seus dias, e muitas vezes os do restante da equipe.
No início da década de 90, a música poderia ser vista também, retratando situações fictícias do dia-a-dia de pessoas. Numa parceria do cinema com a televisão, o cineasta Cacá Diegues produziu Veja Essa Canção (1994), filme de episódios primeiro exibido na tevê. Na época, havia dificuldade de comercialização dos curtas nacionais, então, eles foram reunidos em uma fita, já que se tratavam da mesma temática, embora sob ângulos diferenciados, e veiculados pela televisão.
Cacá Diegues organizou os curtas através de músicas nacionalmente e internacionalmente divulgadas, deixando os filmes nos embalos de pura MPB. Críticos da sétima arte destacaram “Samba do grande amor”, de Chico Buarque; “Pisada de Elefante”, de Ben Jor; “Drão”, de Gilberto Gil, e “Você é Linda” - de Caetano Veloso. Os nomes das músicas são os títulos de cada curta que possuem formas de linguagem extremamente diferentes. Como tema das histórias estavam a traição, o casamento, a criminalidade e a terceira idade, encenados por artistas consagrados e novos talentos. Era lindo de se ver e ouvir!
Agora revelo para vocês qual é a minha música, que define parte da minha personalidade, o meu jeito de ser: “Na veia da nega”, por Jair Oliveira e Luciana Mello:
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Na veia da nêga corre amor
Na veia da nêga corre o som
A veia da nêga é forte
Na veia da nêga corre sangue bom
Essa nêga ela vem cantando
E a vida ela vai levando
Ela samba que samba
Ela sabe que é bamba
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