
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei.
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
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1. Não. O Fred ainda não voltou para casa. Aliás, o médico legista veio buscá-lo hoje pela manhã e ainda não tive notícias dele. Mesmo assim, sinto saudades de postar aqui. Então, enquanto pesquisava na internet, algum tema que me atraia e desperte a minha criatividade para escrever a minha coluna, achei esta poesia (linda).
2. Motivo - Cecília Meireles.
3. Ah, achei o tema: a efemeridade do tempo... Adoro "divagar" sobre o assunto. Nenhum exemplo melhor do que os textos de Cecília para ilustrar o assunto. Também vou fazer outras notinhas da internet, sobre assuntos gerais do cotidiano.
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