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IMPRENSA
Segunda-feira, 19 de Março de 2007
14:03
Relatório alerta para crise mundial nos jornais impressos
O informe 'The State of the News Media 2007', divulgado na última semana nos Estados Unidos, coloca em questão o modelo de negócios da maioria dos jornais mundiais. O documento afirma que, se os executivos do setor não repensarem suas estratégias editoriais, o futuro das empresas jornalísticas poderá ser decidido por investidores não-jornalistas. ‘O Estado da Imprensa’ diz que a sustentabilidade de um jornal não está mais relacionada com sua receita publicitária, desde a consolidação da internet.
Por sua vez, o público acostumou-se a receber notícias gratuitamente, deixando os jornais com um duplo problema: receitas caindo pelo quarto ano consecutivo e leitores cada vez mais exigentes e adeptos de serviços sem custos. Além da circulação e da receita, o valor das ações de empresas jornalísticas também caiu em quase todo o mundo, em especial nos Estados Unidos, onde o sistema está baseado em participação acionária, em oposição ao sistema brasileiro (controle privado e familiar). O relatório constata que a especulação com as ações de empresas jornalísticas norte-americanas fez com que os papéis dos grupos de mídia valham menos no pregão do que nas negociações privadas.
Esse quadro levou os autores do informe, produzido pelo Project for Excellence in Journalism (Projeto para a Excelência no Jornalismo), a levantar a questão: A crise é um processo terminal da imprensa ou uma transição para uma nova etapa de crescimento? Se os investidores acreditarem que é irreversível, as perspectivas são muito preocupantes. Já a segunda alternativa cria espaço de manobra para que as empresas jornalísticas busquem saídas inovadoras para a crise. Uma alternativa seria a ‘webificação’ da imprensa, ou seja, sua integração cada vez maior com sistemas on-line de captação, edição e publicação de informações. Outra questão-chave é a da propriedade dos jornais, crucial para o futuro da imprensa norte-americana.
Os pesquisadores entendem que os grupos familiares que controlam a imprensa em vários países, inclusive no Brasil, mantêm uma preocupação, pelo menos retórica, com a qualidade informativa, mas não têm recursos para investir maciçamente no desenvolvimento de um novo modelo de negócios para a produção de notícias. Eles afirmam que o caminho para alavancar a imprensa está na internet, mas reconhecem que não chegaram a uma conclusão sobre qual tendência ou alternativa seria capaz de servir de modelo.

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