Eu te entendo...
Ao longo da minha atividade como driving
children vou conversando com minhas crianças. São trajetos curtos, mas o
suficiente para falarmos, rapidamente, sobre vários assuntos – e até brincar. Essa
semana, uma deles teve um gesto condescendente comigo. Meigo, fofo mesmo.
Simpático, generoso.
Contei-lhe que há algum tempo vinha
emagrecendo, mas que havia parado de me pesar por falta de tempo. Mesmo tendo
balança em casa. Mas que naquele dia, ao sair do prédio do dentista, decidi
usar a balança que fica na frente da farmácia localizada ao lado do tira-dentes.
Ainda incrédula disse-lhe: “guria?! Não é que
engordei tudo de novo?”
Ela, jovem bailarina e aplicada, muito séria me
questionou: “Elaine, quantos quilos tu pesa?”
Pensei rapidamente: ela tem dez anos, faz balé
desde os sete, não vou assustar a guria dizendo quanto peso. Apenas disse: “Ah,
não posso revelar meu peso”, sob um tom de igual importância inserido por ela
na conversa.
E, inesperadamente, sob uma generosa
compreensão infantil que poderia me conceder, a menina me tranqüiliza com
alguns tapinhas no braço e uma expressão de consolo no seu rosto: “tudo bem, eu
te entendo...”
Ri por dentro.
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