Desligo e saio andando
Não
dá. Por muitos anos não assistia a programação televisiva. Por vários motivos.
Programação sem conteúdo, programas sem atrativos, profissionais desqualificados...
Então aderi a TV a cabo. E a situação não é muito diferente não. Mas melhorou.
Só
que não dá para ficar sem informação. Principalmente eu que sou jornalista. E a
TV aberta é o que mais abastece as regiões com a programação e notícias locais.
Também há o fato de que preciso fazer a leitura crítica e técnica do que passa na
telinha.
É
estranho eu não gostar de assistir televisão, mas gostar dessa função em torno
desse veículo de comunicação. Ela abastece as rodas de conversas com os colegas
e amigos e, também, contribuí para o aperfeiçoamento profissional, mesmo eu não
atuando nessa área. No entanto é aí que recomeça a minha dificuldade. Ou
resistência. Quase tudo é muito ruim...
Sempre
adorei ver filmes, programas de comportamento e biográficos, seriados. Mas o
melhor de tudo isso está na TV a cabo. Só que, como falei, não posso me
restringir a somente isso. Então voltei a assistir TV. E nos finais de semana
eu choro. Na maioria das vezes de tristeza. É muita vida se esvaindo em Porto
Alegre, na região metropolitana, no Estado, no país, no Mundo.
Tu
aperta o botão e entra direto em um velório ou enterro. Pior. Nas buscas de
desaparecidos aéreos, de crianças desprezadas, de mulheres enganadas, de
adolescentes marginalizados... Vê a esperança de familiares, a incredulidade de
vizinhos e comunidades, e a descrença de socorristas perante a tragédia
anunciada. Então eu choro... desligo o aparelho e saio de cena.
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