Eu vivo mesmo no mundo da Lua

No picadeiro da vida
Numa das minhas sessões com a terapeuta, soube de algo que me deixou muito mais tranquila. Que nosso cérebro não distingue fantasia da realidade. #Really

Sorri muito. Afinal, uma pessoa tão fantasiosa como eu, que vive no mundo da lua, saber disso é um bálsamo. Não que me sentisse culpada, mas sempre me dizia: “Volta pra casinha, Elaine”. Durante alguns minutos, a chamada de atenção funcionava. Depois, ficava como o dito popular: “Sou de virgem e tenho os pés no chão, mas a cabeça, gosto que avoe”.

Continuei, então, a dar asas aos meus pensamentos surreais. Minhas ideias mirabolantes fervilham em minha mente. Prontas a serem postas em prática. Planos e sonhos se organizam e se amontoam em partes do meu cérebro a espera de uma boa chance. Ou do momento certo.

Mas, nos primeiros 10 dias eu tinha ideia fixa num outro mundo de fantasias: o Cirque Du Soleil. E foi com o coração saltitante, bem feliz, e cantante que fui assistir ao espetáculo Varekai com minha adorada mãe. De um lado, ela, envergonhada de tanta bobice minha. De outro, estava eu, feliz em realizar um sonho de anos.

E não foi por menos. É a mais pura fantasia em forma de cores, luzes, sons, movimentos, canto, sorrisos, olhares, carrancas... A história linda de Ícaro, o jovem que caiu do céu, misturada a vida da Noiva, uma criatura linda que se metamorfoseia em nome do amor. Também tem o Vigia, um cientista maluco que me pareceu o palhaço mais engraçado da face da terra. Um casal de mágicos muito divertidos, cantores lindos e afinados, músicos ritmados, soldados bem alinhados e vigorosos, equilibristas bem preparados e encantadores, trapezistas que dançam perfeitamente no ar, e assim por diante.

A cada ato, uma sensação estranha tomava conta de mim. Não era criança, não mulher, nem de longe adolescente. Eu era a Noiva... A assistente do mágico... Era o Vigia, a cantora. Eu era várias faces. Um mundo perfeito de fantasia me envolvia e me oferecia um jeito diferente de ver e viver a vida, ao menos, por 2 horas. E vivi.

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