Paixão de passageiros


7h14. Quem não se atreveria a sentar no trem? Ninguém. Até eu que fui a última e embarcar consegui um assento privilegiado. Nem mesmo o rapaz magrelo, que depois de passar de vagão em vagão, encontrou a razão do seu afeto, estabelecida ao meu lado.


A moça, até então bem tranquila e confortável no banco coletivo, logo buscou espaço para receber o fã temporão, que guardava a mochila no bagageiro. A paquera começou emocionada, assim como as “bundadas” na lateral do meu avantajado corpo.

De minuto a minuto, recebia espiadas com desagrado e os pequenos empurrões. De certo ela pensava: “Vou empurrar a gorda, ela não sente mesmo”. Eu, que sigo a #EtiquetaUrbana, me aconcheguei no meu grosso casaco, fechei os olhos e fingi não sentir mesmo.

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