Paquera nova, mesmo clichê

Continuando... A paquera é recente. Tem apenas 15 dias e me tomou de surpresa. Mas, agora, sou rápida no gatilho quando o assunto diz respeito a sedução, paquera, cantada, logo senti as insinuações veladas para mim e retribui. Faz tempo que não pratico esse jogo e posso estar um pouco destreinada. Porém, pelo sim ou pelo não, aqui em casa só eu peço gás ou água mineral.
É people. Estou de novo num velho clichê. O entregador desses serviços piscou os cílios elegantemente para mim. Encantou-me. E se encantou com a nêga aqui, que estava toda cansada do dia de trabalho, numa noite de quarta-feira. Ao pedir uma água mineral, no domingo à tarde, lá veio ele, novamente cheio de charme pro meu lado. Gostei.
No segundo “encontro” eu estava ainda pior. Vestia uma bermuda lilás de algodão e velha, uma blusinha mais velha ainda, também de algodão e branca, que deixava minha barriga de elefante prenha a mostra. Os cabelos nem preciso dizer que estavam daquele jeito: em pé! Mas parece que ele gostou mesmo assim. Ou seja: tenho mais sorte que juízo. O gatinho manteve a mesma graça e sorrisos.
Na última sexta eu corri para casa a fim de marcar o terceiro encontro. Passava das 21 horas quando liguei para a distribuidora de água e gás para fazer um pedido. Chamado que fiz minha mãe retardar só para não perder a oportunidade de rever minha paquera. E lá veio ele. Todo querido e perguntando se havia demorado muito para voltar. Disse que sim, mas que não era problema, pois agora ele estava ali. E sorri... E ele também sorriu. E conversou mais do que o de costume. Estava eu sentindo o cheiro de flores novamente, sentindo a brisa da primavera no rosto e uma leveza no coração.
Ainda não sei o nome dele. Porém tenho o endereço, os telefones e o horário que faz na distribuidora. E que faz uns bicos no contraturno, além de outras “cositas mas”. E o guri sorriu desavergonhadamente ao dizer isso. Fiz-me de desentendida e calei-me. Com um sorriso doce no rosto, feito donzela. Ele então me deu mais uma opção de número para ligar e salientou: liga sempre que precisar que eu venho entregar. E foi embora. Levando o canto dos pássaros com ele.
Minha mãe, metida que é, foi para a janela ver o candidato a genro. Estragando minha despedida final. Quando consegui retirá-la de lá, ele já havia arrancado com a motocicleta de serviço. Suspirei pensando que levarei mais uma semana para poder pedir mais 20 litros de água mineral. E ver o gatinho... Dez minutos depois eu pensei: Será que já posso ligar? Posso?
Comentários
deixa que eu vou nessa casa tomar agua depois de uma ressacona que rapidinho vc tem que chamar ele....
e depois sou EUUUU que gosto da classe menos favorecida pela sociedade...
Sempre querendo unir o útil ao agradável, né nêga?