E comemoram, os inomináveis florestais

Túnel verde entre as cidades de Lauro de Freitas e Salvador na Bahia



Às vezes acredito que sejamos, todos, habitantes de um país tupiniquim. Mas logo descarto essa ideia. Pois, se assim fossemos, saberíamos ao menos preservar o meio ambiente, respeitar a natureza, respeitar a flora e a fauna dessa terra farta em que vivemos. Mas nem isso somos capazes de entender, compreender, aplicar e honrar.

Não sabemos fazer leis, e mesmo assim criticamos o sistema jurídico de outras nações. Não sabemos fazer política e também incorremos no mesmo erro, a esse respeito. Pior. Conseguimos misturar leis e politicagem e ter um resultado ainda mais escabroso. Quem diria quando se está em questão algo tão relevante e delicado como o Código Florestal.


É muita gente envolvida, muitos setores. Parece que, para os que garantem ser seres pensantes, é tão difícil chegar a um meio termo... Mas não! Ao que entendo, o negócio é lucrar muito, mesmo. E não apenas ter lucro. Nem que isso tenha que ocorrer sobre conseqüências de morte, como no caso do líder extrativista e castanheiro José Cláudio Ribeiro da Silva. Parece ironia que ele e sua mulher, Maria do Espírito Santo, tenham sido assassinados no mesmo dia em que o Código Florestal foi aprovado.

Luta inglória essa dos líderes ambientalistas. Esse casal não foi o primeiro a ser morto. Tiveram outros, inclusive aqueles cuja bandeira tenha entrado para a história do nosso país - como o exemplo de Chico Mendes. Mas contra os coronéis da madeira, da borracha, de sementes no Norte e Nordeste do nosso país, que até agora são os que estão ganhando - e aqui refiro-me como os inomináveis florestais -, a esses nenhum jurista, político ou polícia pode algo, efetivamente, e que hoje, no Dia do Meio Ambiente e Ecologia pudesse ser comemorado. De verdade...

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