Fala aí BomBom,,,

Pura epilepsia

Bonecas engraçadas procurando pra quem se dar

Perfumes baratos espalhados no ar

Pura epilepsia

Nas ultimas semanas tudo tem sido muito corrido no meu cotidiano. Claro que sou um pouco monte, tenho que admitir, algo sempre fica para traz. Não por querer, mas sim devido a falta de logística, o profissional tem sido preterido. Porém, deve vez em ausência física. Não é crise de criatividade, falta de vontade, desentendimentos ou coisas afim, apenas pelo fato de não poder estar em dois lugares ao mesmo tempo. Não dá para ser repórter local viajando entre dois estados.

No início, a causa da correria era a mudança. Agora, depois de instalada e cheia de aluguéis para pagar, já tenho endereço novo. Mas, o que me tomou atenção e fez-meeu ficar que nem barata tonta de um lado pro outro foi um processo seletivo. Salário bom, aliás, muito bom; empresa melhor ainda, benefícios de acordo. Tudo bem de acordo com a pretensão de muita gente que gosta de comunicação empresarial, mas não deu...

Em uma semana eu fui e voltei a Porto Alegre duas vezes por conta disso. No segundo momento eu fui com tempo para a rodoviária aqui de Videira, esperar o ônibus que faz a linha Caçador-Porto Alegre. Fiquei no saguão insípido da estação, com outras pessoas, a apreciar um quadro que confesso, sempre gostei, talvez até seja o único do Domingão do Faustão: Arquivo Confidencial. O homenageado da vez era a atriz Letícia Sabatella, de quem gosto muito, mas não tanto como atriz e sim como cantora.

Ela fazia parte de um grupo musical que nem, ao qual não lembro o nome, mas do som sim. Um som límpido, afinado, ritmado e regional. Um som de música brasileira regional. Teatral diria... E depois, a mulher é bonita demais, simpática, multifacetária e namorou o colibri [ou qualquer outra espécie de passarinho], personagem duma novela da Globo - estilo mocinha e bandido [colibri era traficante]. Foi nesse momento que a conheci e também a ouvi cantar, de forma tão melodiosa, no vídeo show.

Enfim, assisti a uma pequena parte do Arquivo Confidencial e, como sempre, me emocionei. Então, entrei no ônibus lacrimejando e outra lembrança veio a cabeça. Uma conversa especificamente com meu grande amigo César. O Césinha... parceraço de quem sinto muitas saudades. Não havia um dia na semana em que a gente não se telefonasse. Pelo menos uma vez em que não tomássemos cafés, muitos cafés. Ou chopes em cafés, regados a muitas conversas cabeçudas, discussões políticas, filosóficas, humanitárias, debochadas, putarias, ou seja, coisas que amigos fazem. Os domingos na redença, almoços durante a semana em sua casa. Nossa, a gente se via quase que sete dias na semana.

Nessa conversinha a gente comentou de algo comum. Programação televisiva de domingo. Aliás, eu e ele não gostávamos de assistir a tevê, mas nossa família, mesmo com assinatura de tevê a cabo, assistia ao Silvio Santos ou o canal do Roberto Marinho aos domingos. E, claro, como co-irmãos, nosso único bloco preferido do programa do Faustão era Arquivo Confidencial. E o algo em comum seria o sonho acalentado de participar, de ser famoso só para ser convidado a participar do bloco.

Nós éramos tão doentes que ficávamos ensaiando o que um diria ao outro no arquivo confidencial. O que ressaltaríamos da personalidade do amigo, ou o momento mais feliz ou cômico vivido um com o outro. Nossa... A gente até chorava ao imaginar o nosso Arquivo Confidencial, de tão legal que era. me lembro até hoje, nossa conversa:

- Fala aí BomBom, o que tu diria sobre mim.

- Ah, ia comentar sobre...

- [risos] Isso não tchê. Isso não!

Domingão do Faustão - 5 de julho

http://tvglobo.domingaodofaustao.globo.com/programa/2009/07/leticia-sabatella-em-arquivo-confidencial/