Canto ou choro da sereia...

Por favor, sou um ser realista... Às vezes! Então ignorem a imagem acima, pois estou mais para Boto Cor de Rosa do que para sereia. E quando chego na escola de natação, ninguém vem nadando me auxiliar, além do professor claro, pois ele é querido e a escola recebe pra isso. Mas depois de procurar, e procurar, e procurar na internet, essa foi a única que me agradou.

Mas vamos ao ponto. Essa semana houve uma transformação radical nos meus horários e eu, claro, tinha que radicalizar. O jornal para qual trabalho mudou a periodicidade. Passou de semanal para diário, assim, de uma hora para outra... Eu agora trabalho de segunda a sexta-feira, todas as tardes, até a hora do fechamento. Bom, só tenho duas palavras contraditórias para dizer sobre o assunto no momento (mais detalhes em post futuro no Jornalismo - Vida e Morte): Legal e Foda (no sentido pejorativo, claro).

Com as manhãs livres eu decidi cumprir meu horário de natação, que é as terças e quintas-feiras, das 8 às 9 horas. As terças eram sagradas, mas nas quintas eu nunca ia, porque era o dia de fechamento do jornal. Agora não, eu tenho todas as manhãs livres. E o que fiz: inclui dois dias de hidroginástica. Sim... E já nessa primeira quarta-feira, às 7h30, horário que deveria estar dentro da piscina aquecendo o corpo, eu pensava "Porque Elaine?" Às 7h50, quando molhei os pézinhos para sentir a temperatura da água, sob a mira de vários velhinhos, mas muitos mesmos, todos se mexendo frenéticamente, eu tive a certeza de que estava no lugar errado.

Depois do "bom dia" forçado de simpatia, afinal era quarta-feira, terceiro dia de jornal diário; eu já estava acabada mentalmente e fisicamente e ainda faltavam mais de duas horas para as 10 da manhã e eu já estava me comunicando com seres humanos. Pior, estava eu com a malha para piscina e a touca, tentando localizar o rosto da Nádia, minha parceira de Natação e que regula de idade comigo. Foi depois de uma breve comunicação no banheiro, um dia antes, que decidi intensificar os exercícios. A Adelaide também ajudou. Deu um super desconto, ou seja, fez preço de quatro dias de natação ou de hidro. Irresistível ao bolso, mas nada bom para quem tem uma vida semi-sedentária. Para quem antes, acordava cedo, mas não saia de casa antes das 11 horas, pelo menos em três manhãs por semana.

Bom, foi no momento ao qual me juntei a segunda e única mulher de meia idade como eu - com duas minhocas nas mãos, fazendo um exercício forçado demais para um gorda ainda adormecida - que pensei novamente: "Porque tu faz isso contigo Elaine?" Ao lado, a Nádia, a me incentivar e do outro, duas senhouras, felizes a se exercitar e a comentar:

- Ah, viu como andar não adianta nada? Tu passa o dia andando de um lado pro outro e não tem resistência nenhuma...

- É verdade...

Claro que o queria ter dito era algo bem menos educado, mas elas apenas faziam seu raciocínio, para elas, lógico, e as 8 horas da manhã! Foi nesse instante que olhei para o relógio de parede e vi que só haviam passado 10 minutos desde a hora em que havia chego e já estava podre de cansada, com sono e com raiva de mim mesma, afinal, ainda faltavam 30 minutos para acabar a aula.

"Tu ainda pode desistir Elaine", pensei comigo me contorcia de um lado a outro. Mas olhei em volta e vi muitos velhinos em ritmo intenso, conversando e, de certo, fazendo aposta para saber até quando a nova parceira iria aguentar, sem ter que praticar a hidro por questões de saúde. O problema na verdade não era a hidro e nem os parceiros da terceira idade. Era que eu estava acordando cedo, correndo pela cidade para realizar minhas atividades, cozinhando e indo apurar notícias e redigi-las até o início da noite.

Pronto, foi o suficiente para que na sexta eu voltasse até lá e me dedicasse, pois, se eles tinham toda essa vitalidade eu também poderia ter. Preciso de energia, pois de agora em diante a peleia será grande...