Crônica

Todos podem saber, não custa nada
Ruy Carlos Ostermann

Não é fácil imaginar o Natal e o Ano Novo, dois acontecimentos irremovíveis deste mês de dezembro, antes que eles tomem conta, passo a passo, de todas as nossas pequenas aspirações de vida e alegria, se possível. Não sou festeiro por formação, nunca fui e nem pude participar de festas ao meu redor. Ficava melancólico, ativo só por conseqüência, arredio e, algumas vezes, triste.

Meus filhos, minha mulher, alguns amigos que fiz na profissão, me reeducaram. Acho que foi uma tarefa fácil para eles e sempre um pouco complicada para mim. Afinal, quem deveria mudar era eu mesmo, eles convergiam para uma das formas de felicidade que mais cedo ou mais tarde, arrastando ou não a perna esquerda (sempre dei preferência por ela sem nenhuma razão política, diga-se), eu também acabaria me apaziguando.

Hoje me declaro um cara normal, participativo, envolvido com compras e visitas, capaz de chorar um pouco, se me lembro como já fui e deixei de ser, amavelmente, sem perdas ou sofrimentos adicionais. Está bem, chorar exatamente não, mas soluçar, ficar com lágrimas relutantes e ter de fungar com alguma energia, se não tudo desanda, ah, isso sim, e sem nenhuma vergonha ou subterfúgio.

Portanto, me sinto autorizado a declarar que todos que me lêem sejam felizes, não se escondam ou fiquem atrás da cortina ou da porta, assumam a sua natural tentativa de ser como todo mundo, e até um pouco mais, se é que não vão ficar todos à espreita desse passo em falso. Mas é um passo de cada vez. E todos podem saber.

Comentários

Anônimo disse…
Olá Cor de Rosa e Carvão, que sensacional e agradável o texto do Ruy Carlos Ostermann. Excelente jornalista, já faz um bom tempo que acompanho o seu trabalho, através de sua participação na cronica esportiva. Realmente este é um professor que todos deveriam seguir e ter como exemplo. Muita paz, harmonia e inspiração para você.

Forte abraço

caurosa.wordpress.com
boníssimo profissional. não! excelente. meu ídolo atual...

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