Caleidoscópio

by Herbert Vianna

Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num caleidoscópio sem lógica

Eu quase posso ouvir a tua voz
Eu sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa

Quem vai pagar as contas deste amor pagão
Te dar a mão, me trazer à tona prá respirar
Quem vai chamar meu nome
Ou te escutar

Me pedindo prá apagar a luz
Amanheceu, é hora de dormir
Nesso nosso relógio sem órbita

Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Prá gente não ter nunca mais que terminar

* * *
Uma das minhas paixões na música, no rock brasileiro são Os Paralamas do Sucesso. Adoro eles!São uma das melhores bandas na cena do BRock, o rock nacional. São um símbolo perfeito de consistência: ainda tem aquela mesma formação do verão de 84.

Herbert Vianna (voz e guitarra), Bi Ribero (baixo), e João Barone (bateria) nunca foram de grandes pretensões. Eles tinham sua bandinha enquanto estudavam na faculdade, e achavam que ter uma fitinha tocando na Fluminense-FM e um show no Circo Voador era simplesmente o máximo. Foi assim que tudo começou, com "Cinema Mudo". O disco vendeu 80 mil cópias, um número respeitável para a época. Seguiram com "O Passo de Lui", um disco repleto de hits como Óculos, Meu Erro e Me Liga entre outras. Foi também nesta época que Os Paralamas estouraram. O empresário da banda, José Fortes, batalhou firme e conseguiu que a banda fizesse dois show no Rock In Rio, um festival enorme realizado em Jacarepaguá.

O único álbum que tinha dos caras era o Bora-Bora, em vinil. Em janeiro desse ano entrei nas Americanas e tava lá, Os Grãos, de 1992, me esperando bonitaço e baratérrimo (R$ 9,90). "Bora-Bora", o quinto, foi um disco curioso, com um lado A super-alegre e um lado B que era pura dor-de-cotovelo (Herbert acabara de se separar de Paula Toller). Também foi neste disco que os Paralamas incorporaram pela trio de metais permanente, embora já tivessem feito uso de saxes, trompetes e trombones em outros discos.

Teve uma época que o trio fez um break na carreira e Herbert aproveitou para se casar com a inglesa Lucy Needham, lá na Inglaterra. O pessoal descansava, e parecia até que a banda tinha virado segundo plano. Mas não. Esse tempo todo foi passado no estúdio, refinando "Os Grãos", o oitavo disco dos Paralamas. "Os Grãos" foi lançado em 1992, com altas expectativas de Herbert, Bi, Barone & Cia. No entanto, o público não correspondeu. "Os Grãos" era um disco sério, e apesar de ser muito bonito, não despertava aquela alegria nas massas como os outros trabalhos. Mas eu gostei!

Essa música que postei aqui, "Caleidoscópio", faz parte de uma ótima coletânea, "Arquivo", com 14 dos maiores sucessos do grupo, e mais uma "versão 80" para Vital e Sua Moto. Esse disco também incluía a inédita Caleidoscópio, uma composição de Herbert previamente gravada por Dulce Quental. Linda!

Bom, mas tudo isso foi só para dizer que assisti ao final de um programinha (tri massa!) com os caras e convidados, cheio de boa informação e 'canjas', no Canal Brasil. Ponto!

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