É bom demais!


Tudo começou em ensaio da escola. Uma sexta-feira de verão, convite da Mara e do Adilson (bem provável que eu tenha me convidado), e lá estava eu, na quadra da Vale Samba, requebrando as cadeiras.


A primeira impressão é que tudo em qualquer lugar é diferente do que já possa ter vivido em outro. Não dá para comparar. São culturas, tradições e experiências diferentes. Mas a emoção é a mesma... Quando a bateria começa a tocar, os músculos do rosto se contraem num sorriso maroto, o ritmo do samba-enredo vai tomando tua mente, e o corpo vai chegando na cadência.


Então decidi: vou desfilar! Confirmei o número da sapatilha e uma semana depois estava na avenida, com o que para mim era a mais bela fantasia da escola (afinal, era a ala em que eu estava, he he he), pronta a deslizar pela avenida XV de Novembro, no centro de Joaçaba, pela Nação Azul e Branco - que se vestiu de verde para cantar a preservação do meio-ambiente.


Indescritível! Mesmo assim vou tentar. A Vale Samba foi a última escola a desfilar. Já passava das duas horas da manhã de domingo e eu, mais o Andrei e a Mara, já havíamos circulado vários vezes pelas ruas do centro de Joaçaba; conversando, dançando, bebendo, assistindo, apreciando e brincando com os foliões de blocos. O resultado de tudo isso só poderia ser cansaço. E ainda tinha que desfilar pela escola...


Vai para o local da troca da roupa, conhece a fantasia e fica surpreso com tanta organização da coordenação da ala e veste a indumentária. Então, quando se põe os pés na concentração, alinha com os demais colegas de ala, a bateria começa a marcar, a diretoria da escola vai ao microfone e começa a chamar o povo, incentivar os "súditos", depois vêm os puxadores e quando eles falam o grito de guerra da escola... Já era meu nêgo.


Sobe uma emoção no peito, os olhos começam a brilhar mais intensamente, tu se lembra da letra do samba que nem havia decorado, começa o rebolado e entra na avenida. E quando tu vê aquele mar de gente vibrando pela sua escola, pela tua escola ou pela maestria que é o carnaval de rua, tu se sente a madrinha da bateria, a porta-bandeira ou o mestre sala. Tu tá na comissão de frente ou de destaque. Tá com o bumbo nas mãos, fazendo o compasso, tá com o microfone, cantando o samba. É aquele que empurra o carro alegórico pela passarela ou é o coordenador de ala te incentivando. Não importa. Tu é o samba!

Comentários

Anônimo disse…
puxador é de fumo, o certo é intérprete, he he he
Vá saber né? He he he. Nem eu me garanto...

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