Sim, eu sou...

Talvez sim, eu seja a palhaça. Se o conceito da palavra significar saber o que quer, ir buscar os sonhos, amar mesmo sem ser amada? Sim, eu sou.

Se isto significar andar para o futuro sem ter medo do passado, perdoar (sim, eu sou capaz e faço disso um ato cotidiano), voltar atrás ouvindo e vendo o riso da vitória alheia, mas assumindo o erro, ceder, mesmo que seja sempre, para obter milésimos de segundos. Sim, eu sou.

Se isso implicar em me arriscar de corpo e alma, ser emotiva, tentar ser visionária e fracassar ou ter sucesso, investir sentimentos aos brutos ou nos animais, ter trabalhado e não ter tido reconhecimento, não ter dinheiro e ter dado dinheiro, presenteado, então eu sou uma palhaça.

E tô no picadeiro da vida, tô no trapézio sob a lona, no carro de fumaça, correndo com sapatos grandes, tropeçando nas pedras imaginárias, alegrando os bobos da platéia. Então sim, eu sou a palhaça, no centro da tenda colorida, sob as atenções de pessoas tristes, solitárias, que assistem, que vêem a sátira da vida alheia, da minha vida, e que batem palmas sobre a arte de quem acredita e tem fé, de que sabe viver e do que me faz feliz e do que me deixa sem riso.

Sim, eu sou palhaça, mas trocaria de lugar pelos bobos, que assistem a tudo sentados, sem força, com medo e batendo palma daquilo que não sabem, por que não conseguem. Se ser intensa, clara, desprendida, justa e de ir atrás de desejos, de verdades, de honestida é ser este artista, então eu o sou. Se não precisar e não querer humilhar, ser prepotente, ser egoísta for as características deste cara pintada, então sim.

Mas, então faço mais uma confissão para vocês: sou a palhaça mais consciente sobre aquilo que vim buscar e para que vim nesta terra - sem medo de ser feliz.

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