Domingo, 30

Não sei quantos graus fazem lá fora, mas pude sentir o ar gélido quando desci para cumprir uma pauta cultural nesta noite de inverno. Desci a rua tranqüila, cheia de roupas, como gosto quando faz frio, mais parecendo um boneco de neve preto. Fui a passos médios, já acostumada a andar nesta cidade quando tenho que trabalhar e chegar em tempo de fazer as entrevistas antes que tudo aconteça.

Concerto de Inverno executado pela Orquestra de Câmara de Videira. Grupo de músicos amadores, mas de uma qualidade que deixa muitos profissionais de cabelinhos arrepiados. Um diferencial para uma orquestra, que geralmente paga e muito bem para seus músicos, que nesses casos são graduados e pós-graduados. Creio que esses deveriam ganhar um incentivo também, por tanto esforço e dedicação.

No programa, músicas erudita e popular fizeram a alegria do público, para mim o ápice foi com a seleção popular. Romaria me fez chorar lágrimas salgadas demais por lembranças de coisas que dificilmente voltarão acontecer. Saudades de pessoas e momentos que pensei que pudesse deixar de lado, mas não posso. Sentimentos que pensei já ter esquecido ou findado, mas não, que ainda está aqui, no cantinho bem do fundo do coração. E depois da Caixa de Pandora aberta, só com dias para fecha-la de novo.

Entre tudo que veio à minha memória estavam os finais de semana da pós. Lembrei de muitas coisas, momentos e pessoas. Da Vanessa, que no último momento se revelou uma colega emotiva, sensível e parceira, embora tímida e introspectiva. Da Fernanda, que com seu pique festivo revelou que pode ser bem mais que uma colega de sala participativa, bem mais que uma boa companhia para a diversão, mas que é disposta a desenvolver uma amizade, daquelas sem compromisso, mas dedicada.

Desse povo também lembrei do Ricardo Maurício, que nunca exigiu nada, embora tenha demonstrado interesse e boa vontade para com os colegas. É claro que não vou deixar de comentar sobre a patota do bem me quer, que são as gurias de Porto Alegre e Capão, Márcia, Letícia e Lílian e as gurias dos interiores, Siki, Neidi, Moni, Rosvita (outra revelação de final de curso, pessoa super do bem), a queridíssima - que pouco dediquei atenção, mas de quem tenho grande empatia e tem vocação teatral para desempenhar uma louca, perfeita, hehehe - Buba.

Dos meninos, estão no meu coração os sapecas Paulo (quem eu sempre achei bonitinho, mas também ordinário, hehehe), Rafa e simpatiquíssimo e tímido rapaz, Luciano. Ih, o problema de dar nomes é que se esquece sempre alguém. Das gurias tem também a gatíssima Vika - Virginia -, com seu charme incomparável.

Não sabia que iria sentir tanta falta de viajar, ao todo, 24 horas, a cada 15 dias. De chegar em Videira cansada de ter participado de aulas expositivas, de trabalhos cansativos e, às vezes, desinteressantes. Na verdade, havia subestimado a porção humana disso tudo. Havia pensado que bastariam emails, MSN, orkut para que essa saudade fosse suprimida de mim. Estava enganada. Bastaram os primeiros acordes de Romaria para que essa falta me viesse à tona.

Como diz uma grande amiga, com quem pouco tenho contato agora: “A todos vocês; meus pensamentos, minha boca e meu coração, com todos andarão”.
________

Flor de Lis

Meu amigo César - põe amigo nisso, do tipo que sempre soube me criticar nas horas certas, fazendo com que eu voltasse para a realidade. Daqueles que conhece o meu interior, as minhas dores, sabe do meu pranto, do meu riso e anseios. Divide os desejos, os sonhos, os trocos. Que senta ao lado, pega na mão quando precisa ou dá o tapa para repreender quando necessito - me disse que agora as músicas da Marisa Monte fazem o verdadeiro sentido. Ele tem razão, como sempre, mas, mais do que a minha “ídola”, está Djavan, meu afair musical também.
Como diz minha amiga Silvia Angélica, “é pra acabar” essa música. Linda, mas é pra acabar mesmo.


Valei-me Deus, é o fim do nosso amor Perdoa por favor, eu sei que o erro aconteceu Mas não sei o que fez tudo mudar de vez Onde foi que eu errei Eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei Será, talvez, que minha ilusão Foi dar meu coração com toda força Prá essa moça me fazer feliz E o destino não quis Me ver como raiz de uma flor de lis E foi assim que eu vi nosso amor na poeira, poeira Morto na beleza fria de Maria E o meu jardim da vida ressecou, morreu Do pé que brotou Maria Nem margarida nasceu


Wally

Por onde anda Wally (leia-se Luciane da Silva). Lembrei dela hoje, na sacado do latifúndio (ando cansada de tanto andar por esse apartamento, hehehe). Depois da ruptura, nunca mais a vi na cidade - Porto Alegre.
Muita gente cruza com ela pelas ruas. Já me disseram até que está casada, com uma filha e morando na Alvorada (região metropolitana da capital gaúcha). Que coisa, nunca tinha sentido a falta dela ou imaginado como estaria. Esse interesse não surgiu depois que nos afastamos, por sinal, por um motivo fútil.
Vou confessar agora: hoje, mais do que ter lembrado de Lú, senti sua falta. Um bisou ma chéri!

_______

Faltas

Hoje foi o dia das faltas, da saudade, das lágrimas, de sentir as ausências. Gosto tanto de frio, mas o inverno me faz ser uma saudosista de primeira qualidade, o que é muito pior, hehehe. Sabe o programa Sob Nova Direção? Queria estar assistindo agora.

Comentários

Postagens mais visitadas