Jornalista trabalhador

Dia dos trabalhadores, dia de jornalista trabalhando. No 1º de maio de cada ano, com raras exceções, esta é a rotina dos companheiros que atuam em jornais, televisões, rádios e Internet. Muitos profissionais da mídia são escalados para cobrir protestos, festas e folgas de colegas de outras profissões, que cruzam os braços neste dia consagrado a lembrar os oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago, EUA, em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano.
Foto: Arquivo Sindjors / Genaro Joner
No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em 1925, com uma denominação - Dia do Trabalho - que, ao longo dos anos, acabou desvirtuada do seu propósito. Quem não lembra das festas e das confraternizações promovidas por governos ditatoriais e por empresas, com o claro objetivo de ganhar a simpatia de servidores e funcionários? Seguindo o caminho adotado pela maioria dos sindicatos ligados à CUT, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul adota a denominação 'Dia do Trabalhador', aproveitando para protestar contra os baixos salários, jornadas de trabalho extenuantes, perda de direitos e uma série de irregularidades que contrariam a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - e a própria Constituição brasileira. Portanto, não é dia para festa.
A direção do Sindicato também entende que os jornalistas são tão trabalhadores quanto os profissionais de outras categorias e, portanto, sujeitos aos mesmos atropelos praticados por alguns grupos empresariais ou pelos poderes públicos. Na hora da pauta - seja para manifestações ou festas - é recomendável aos companheiros jornalistas refletirem sobre o importante papel social que representam perante a sociedade. E olhem também para o cenário em que atuam.
by Jorge Correa, segundo vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS

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